A fama da beleza não engana. São rios com cores assim, saturadas. Mas diminuir toda a região do Parque Nacional da Serra da Bodoquena somente pela cidade de Bonito, que fica cravada em meio a um dos vales da Serra não me parece justo, afinal, o Parque possui uma área total de 77 mil hectares e envolve outras 3 cidades. E ali devem existir mais de cem cavernas e grutas, com predominância do calcário como rocha principal. E por isso, acontece um fenômeno incrível no subsolo da região: A água atravessa o calcário e recolhe todos seus minerais. Daí as nascentes saem ricas em bicarbonato de cálcio e magnésio, trazendo tons inacreditáveis de azuis para suas águas. E com uma leve correnteza, o Rio da Prata e o Rio Sucuri permitem uma flutuação em toda sua extensão, com contrastes do verde da mata e dos peixes que ali vivem.

A Gruta do Lago Azul

Uma das mais importantes cavernas do patrimônio espeleológico nacional. O tamanho da abertura é um choque. Um único salão com 100 metros de comprimento, que se destaca com a iluminação natural e o azul turquesa das águas. No teto, conjuntos de formações raras, aglomeradas em um pantone que vai do ocre ao dourado. Um patrimônio protegido pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), até porque além da beleza, a história vai muito, muito além. Em 1992 alguns mergulhos de exploração começaram a ser realizados na expedição franco-brasileira de espeleomergulhadores. Nessa expedição foram encontradas uma série de fósseis de mamíferos que viveram durante o período geológico do Pleistoceno. Imaginem vocês: 12 mil anos atrás. tigres-dentes-de-sabre (chegava a medir 1.20 de altura por 2.10 de comprimento e pesava até 360 kg), preguiças-gigantes e tatus. Após essas descobertas, o acesso ao lago ficou restrito.

Abismo de Anhunas

Ainda sobre cavernas e não muito longe da gruta, foi descoberto em 1970 uma pequena fenda entre rochas no solo após um grande incêndio na região. Uma fenda que se abria para um abismo de 72 metros de profundidade. Ali, uma caverna parcialmente submersa, com um lago cristalino e uma floresta de cones de calcário – tendo o maior cone já registrado na literatura mundial. A natureza em seu estado mais puro. Para descer e subir de volta, um rappel em forma de guindaste. Ali dentro, um encontro com um universo paralelo, que mostra formações tão atípicas, que você por instantes acredita mesmo estar em outro planeta. A exploração por ali pode ser feita através de bote, flutuação e até mergulho de cilindro. E vale todas as tentativas.

Boca da Onça

Dos 2 mil hectares da fazenda Boca da Onça, a 58 quilômetros do centro de Bonito, por exemplo, mais da metade já se destina à preservação ambiental e ao turismo sustentável. Ali, são mais de 8 cachoeiras, incluindo a maior delas, que leva o nome da fazenda, com 156 metros de altura.

 Buraco das Araras

Uma enorme cratera de arenito de 100 metros de profundidade e cerca de 500 metros de circunferência localizada no meio do cerrado, onde vivem dezenas e dezenas de araras-vermelha.

– Como chegar: Vôo até Campo Grande + 2 horas de estrada até a cidade de Bonito.

– Operação local: Sem operadores locais, não é possível visitar nenhum atrativo. A Bonitour é super organizada e possui até um app com informações, mapas e dicas importantes.