Suplentes de senadores que não receberam um voto sequer, mas se valeram da licença dos titulares para exercer seus mandatos, montaram supergabinetes com o dinheiro do contribuinte que chegam a abrigar mais de 70 servidores – numa clara violação ao regimento da Casa. É o caso dos senadores Hélio José (PMDB-DF) e Elmano Férrer (PTB-PI). A média é de 37 por parlamentar, a lei diz que cada gabinete pode ter até 55 cargos, mas as vossas excelências empregam juntos 167 funcionários.

O gabinete mais inchado é o do peemedebista brasiliense Hélio José, que herdou a vaga do atual governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB). Ao todo, possui 90 funcionários. Um grupo de 62 cargos vinculados a Hélio José está lotado no Senado. O restante, que também é ligado a ele, dá expediente em um escritório no Setor Comercial Sul, em Brasília. Os salários chegam a até R$ 18,9 mil. O investimento com pessoal não é justificado pela produção. Hélio é autor de 103 proposições. São 54 requerimentos e apenas 20 Projetos de Lei Suplementar. Entre os pedidos, está a convocação de uma sessão para homenagear e aplaudir o time do Gama (DF) pela conquista do Campeonato Brasiliense no ano passado.

Em segundo no ranking dos senadores que se excedem no empreguismo figura Elmano Férrer (PTB-PI). O senador possui um escritório de representação em seu estado com 53 servidores. Ao todo, estão em sua cota 77. A atuação do parlamentar também é pífia. Das sete proposições, tem apenas um projeto de lei apresentado, que ainda está em tramitação. O restante é requerimento. A atuação do parlamentar é focada em questões relacionadas ao idoso. Os velhinhos do País precisam mesmo de assistência. Bola dentro. Mas é muito pouco para quem emprega, contrariando o regimento do Senado, um número de assessores equivalentes a sete times de futebol.