Já se passaram cinco dias desde que Arthur Lira (Progressistas-AL) fez seu último discurso como presidente da Câmara dos Deputados. De lá para cá, seu nome sumiu do protagonismo dos noticiários e deu lugar à figuração. Tudo proposital.
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Em cinco dias, Lira está mais leve. O reflexo disso foi no sábado, 1º, durante a festa de comemoração de Hugo Motta (Republicanos-PB), após ser eleito presidente da Câmara.
Com a camisa aberta e um copo de whisky 12 anos na mão, Lira cumprimentou a todos e deu foco às conversas, inclusive com jornalistas. Ao lado do ex-presidente da Casa, Eduardo Cunha, conversou com quase todos os deputados, mas evitou comentar seu futuro.
Na quarta-feira, 5, foi o primeiro dia em que Lira ficou na base do plenário oficialmente em quatro anos. Conversou com três ou quatro parlamentares, mas não foi assediado pelos colegas como quando estava no comando. Deixou o plenário em silêncio e foi para a sua gigante sala na ala de ex-presidentes no edifício principal da Câmara.
Nos corredores, Arthur Lira disse aos interlocutores que quer ficar “off”. Quer tirar um tempo para descansar e ser esquecido momentaneamente. Longe dos holofotes, Lira quer focar na formação da federação do Progressistas com o União Brasil e o Republicanos.
O acordo com este último está prestes a ser minado, após a recusa da bancada de deputados da legenda. Mas a nova fase “off” de Lira não deve durar muito tempo. Criticado pelas tratoradas em projetos enquanto esteve na Câmara, o ex-chefe do Salão Verde deve se encaminhar para a Esplanada dos Ministérios e assumir a Agricultura.
Mesmo que negue que Lula tenha entrado em contato para negociar sua ida ao Planalto, o nome de Arthur Lira está quase certo na reforma ministerial, que deve acontecer nas próximas semanas.
Além dele, o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também entrará para a Esplanada, possivelmente no Ministério da Indústria e Comércio.