Enquanto Putin continuava despejando bombas sobre a Ucrânia, matando civis e até mulheres grávidas em maternidade, o governo Bolsonaro continuava a fazer estragos no Brasil, ao anunciar que, a partir de amanhã, os preços dos combustíveis sofrerão um novo reajuste: de 24,9% no litro do diesel, de 18,77% no preço da gasolina e de 16,06% no valor do gás GLP.

O reajuste no preço dos derivados do petróleo é um torpedo na cabeça dos brasileiros e terá um forte efeito explosivo na economia, pois com certeza a inflação vai disparar, os juros vão continuar subindo e a crise econômica continuará sem precedentes. Isso significa dizer que o quadro econômico e social se agravará muito nos próximos meses, e o brasileiro vai pagar o pato de uma grande ebulição social.

A primeira reação já está partindo dos caminhoneiros, que começam a falar em paralisação nacional. E não é para menos. Um litro de diesel passa a custa, na bomba, R$ 4,51, mas nos postos passará de R$ 5 ou chegará a R$ 6. A gasolina então explodirá nos postos. Já passa de R$ 7 e deve agora ultrapassar a barreira dos R$ 8. Já se fala que um litro pode chegar a R$ 10, na melhor das hipóteses, ou até a R$ 15. O barril de petróleo, que antes da invasão da Ucrânia pela Rússia já estava em US$ 80, agora foi a US$ 140 e pode passar dos US$ 150. Os russos falam em US$ 300. Aí, seria uma loucura.

Mas o que faz Bolsonaro além de consentir no aumento dos derivados de petróleo por parte da Petrobras? Só fala asneiras. Diz que pretende intervir na Petrobras e até deseja congelar os preços dos combustíveis. Tudo, obviamente, porque pretende se reeleger e com os derivados do petróleo nas nuvens isso será mais difícil. Ele quer, com isso, repetir os equívocos de Dilma Rousseff, que, em 2015, conteve os reajustes dos combustíveis e quase quebrou a Petrobras (além da roubalheira que o PT impôs à estatal).

Enquanto o ex-capitão não toma nenhuma atitude nessa crise, ele deixa para o Congresso resolver, como tudo acontece em seu governo. Uma administração pífia e confusa. O Congresso deve decidir hoje se reduz os impostos, inclusive o ICMS, e se concede subsídios para diminuir o preço dos derivados do petróleo. Pode até criar um fundo para estabilizar os preços e destinar à Petrobras para que ela compense as perdas que terá com a redução dos reajustes. Tanto uma solução, como outra, implicará em subsídios que o governo dará aos ricos e que serão pagos pelos pobres. É, como sempre, um governo Hobin Wood às avessas, onde se toma dinheiro do pobre para dar ao rico.