Após ter se afastado da política em abril, João Doria está se dedicando integralmente aos negócios privados, onde sempre se destacou desde jovem. Ele acaba de abrir uma nova empresa, a D Advisors, que vai atuar em consultoria para grandes companhias nacionais e multinacionais e, com menos de um mês de atuação, já conquistou cinco grandes clientes nos setores do mercado financeiro, indústria, comércio e serviços. “Atuo em vários segmentos. Só não vamos atender governos e empresas estatais”, resumiu. Doria diz que além da experiência empresarial adquirida em mais de 50 anos de trabalho, vai colocar em prática os conhecimentos em gestão pública, adquiridos na administração da prefeitura e do Estado de São Paulo, os dois maiores orçamentos do País depois da União.

Exterior

Doria auxiliará as empresas no mercado externo aproveitando os contatos feitos, sobretudo, quando esteve à frente do governo paulista. Lembra que o escritório da InvestSP na China, inaugurado por ele, está completando três anos. Foi graças aos contatos com os chineses que São Paulo trouxe 124 milhões de doses da vacina anti-Covid para o Brasil.

Fantasmas

O ex-governador explicou que seu tempo sabático na política ocorre por ter sido impingido a desistir da disputa eleitoral e que, por isso, prefere ficar distante da atual campanha. Mas não tem se eximido de discutir o futuro do País. Para ele, “com Bolsonaro ou Lula, o brasileiro ficará dentro de um trem fantasma, sem saída, durante quatro anos”.

Um aliado de Bolsonaro no TSE

Gustavo Lima

Apesar dos constantes ataques ao Judiciário, Bolsonaro não está isolado nos tribunais. No TSE, Raul Araújo cumpre o papel que André Mendonça e Nunes Marques fazem no STF. Com a decisão que determinou a remoção na internet de vídeos em que Lula chama o presidente de genocida, o ministro atropelou o entendimento majoritário da Corte. Em março, ele proibiu manifestações contra o capitão no Lollapalooza.

Retrato falado

“Não há desde os anos 70 um plano de desenvolvimento” (Crédito:Carol Carquejeiro)

O presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Venilton Tadini, disse ao Estadão que apesar da falta de um plano estratégico para o desenvolvimento e de uma política de reindustrialização, o setor ainda é atrativo para os investimentos internos e externos. Informou que a indústria de base recebeu, no ano passado, investimentos de R$ 148,2 bilhões, dos quais 65% vindos da iniciativa privada, e pede uma presença maior do poder público.

A nova rachadinha no RJ

Flávio Bolsonaro está fazendo escola no Rio, onde o governador Cláudio Castro (PL), seu aliado e candidato à reeleição, é suspeito de participar de esquema de contratação de milhares de servidores para cargos secretos em órgãos do governo estadual, como o Ceperj e a UERJ, e que vinham sacando os salários em dinheiro vivo na boca do caixa. O caso foi denunciado pelo jornalista Rubem Berta, do UOL, para quem 20 mil cargos secretos foram criados no Ceperj para atender aliados do governador, como o deputado Rodrigo Bacellar (PL), líder do governo na Alerj. Pelo menos R$ 226 milhões foram sacados no caixa só este ano: suspeita-se de rachadinhas com os políticos.

Repeteco na UERJ

A denúncia é que o mesmo esquema se repetiu na universidade estadual, onde Castro alocou R$ 593,6 milhões em 18 projetos tocados pelos servidores contratados sem transparência e que sacaram parte do dinheiro na boca do caixa. O banco suspendeu esses pagamentos, obrigando a abertura de contas-correntes.

Bolsonaros nas urnas

Apesar do capitão atacar diuturnamente o processo eleitoral, vários integrantes do clã Bolsonaro estão em campanha acirrada pelos votos que serão depositados pelos eleitores nas urnas eletrônicas. Além do próprio presidente, que disputa a reeleição, sua ex-mulher Ana Cristina Valle, mãe de Jair Renan, o 04, é candidata a deputada distrital.

Divulgação

Veto da família

A outra ex-mulher de Bolsonaro, Rogéria Nantes, mãe de Flávio, Carluxo e Eduardo, também tentou ser suplente de Romário, candidato à reeleição para o Senado pelo Rio, mas foi vetada por “alguém da família”. Eduardo Torres, irmão da primeira-dama, também será candidato a deputado em Brasília: já Danilo Torres, outro cunhado de Jair, desistiu.

A culpa é da Lava Jato?

A equipe de Geraldo Alckmin está preparada para defender o ex-tucano na guerra digital que os bolsonaristas usarão como artilharia às publicações em que ele teceu críticas ao PT e a Lula. A estratégia é disparar vídeos de resposta sempre que o assunto tomar as redes. Quando o tema for corrupção, o vice repetirá o discurso do presidenciável do PT e tentará desmoralizar a Lava Jato.

Roberto Casimiro

Rápidas

* Léo Índio, primo de Carluxo, estava lotado no gabinete do PL no Senado, ganhando R$ 5.735 por mês, mas nunca era visto em Brasília. Foi demitido em julho. Agora, como candidato a deputado, volta a circular: foi visto no sábado, 13, no Dengo Café, do ParkShopping.

* Um engenheiro anticastrista, que mora em SP, diz ter retornado a Cuba em junho e constatou que membros do PC cubano esperam a vitória de Lula: querem o retorno do “Mais Médicos” para voltarem a encher os cofres.

* O Conselho de Ética do Senado fechará a legislatura sem ter funcionado. A única sessão da comissão ocorreu em 25 de setembro de 2019, quando houve a eleição do presidente, apesar do órgão acumular 32 representações.

* O TCU está invertendo a história da Lava Jato, ao condenar procuradores da República, como Deltan Dallagnol, à devolução de R$ 2,8 milhões, gastos em diárias usadas na força-tarefa que prendeu dezenas de corruptos.