Bolsonaro está colocando no governo os maiores símbolos da corrupção do País. A começar pelo deputado Arthur Lira (PP-AL), o principal líder do Centrão, com o qual o mandatário passou a compartilhar sua gestão. Lira, aliás, é o candidato de Bolsonaro para ocupar o lugar de Rodrigo Maia na presidência da Câmara. Ocorre que ele acaba de ser denunciado pela PGR ao STF por corrupção passiva. Levou R$ 1,6 milhão da Construtora Queiroz Galvão para manter o apoio do PP a Paulo Roberto Costa na diretoria da Petrobras no governo Lula. O deputado responde ainda
a outros dois processos no STF por corrupção, mas é o interlocutor do capitão junto ao PP, que já recebeu a maioria dos 325 cargos dados pelo governo ao Centrão. Bolsonaro trouxe de volta o famigerado toma lá dá cá.

Presidiários

O acordo está empregando vários indicados pelos ex-presidiários Valdemar da Costa Neto, cacique do PL, e Roberto Jefferson, do PTB, condenados a sete anos de prisão no mensalão. Ao PL, Bolsonaro deu uma diretoria no Dnocs, ocupada por Fernando Leão, ligado ao deputado Sebastião Oliveira (PL-PE), acusado de desviar R$ 4,2 milhões na BR-101.

Barganhas

Para Jefferson, Bolsonaro deu o comando do Banco do Nordeste. O PTB indicou Alexandre Cabral para a presidência da instituição, mas ele ficou no cargo só um dia: havia dado um desfalque na Casa da Moeda quando foi diretor por lá. Os mensaleiros levaram cargos também no FNDE e na Secretaria de Vigilância Sanitária, em troca de apoio na Câmara.

A força acabou

Alan Marques

Outro novo aliado de Bolsonaro, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, deve acabar atrás das grades nos próximos dias. Ele foi condenado a 10 anos de prisão pelo STF por receber comissões de empréstimos que intermediou junto ao BNDES lulista. Bolsonaro quer que o Solidariedade, presidido por Paulinho, apóie seu governo. Em troca, lhe foi oferecida uma diretoria no Porto de Santos.

Rápidas

* A Comissão de Orçamento da Câmara dos EUA divulgou uma carta recomendando que o governo americano não assine acordos comerciais “com o Brasil do presidente Jair Bolsonaro”. Motivos: o governo brasileiro degrada o meio ambiente e desrespeita os direitos humanos.

* Não por acaso, a PGR decidiu prosseguir com um pedido de impeachment contra o ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) por ele ter dito que iria “passar uma boiada” para facilitar a destruição do meio ambiente.

* Regina Duarte desabafou no Instagram: “Minha inexperiência foi crucial para descobrir que o projeto de cultura que sempre sonhei era inviável, porque estava num universo mais preocupado com ideologias do que com a cultura”.

* Abraham Weintraub é bom de bravatas, mas péssimo como ministro: nada faz para impedir que seu ministério sofra um corte de R$ 4,2 bilhões no orçamento para 2021. Não terá dinheiro nem mesmo para realizar o Enem.

Retrato falado

“A manipulação de estatísticas é manobra de regimes totalitários” (Crédito:Divulgação)

O ministro Gilmar Mendes, do STF, ficou indignado com as mudanças nos métodos de divulgação dos casos da Covid-19 pelo Ministério da Saúde. Depois de uma live com o ex-ministro Mandetta, Mendes criticou a tentativa do governo de “ocultar” os números reais da doença e advertiu Bolsonaro: “O truque não vai isentar a responsabilidade pelo eventual genocídio”. Em abril, Mendes já havia feito duras críticas ao presidente por ele inviabilizar a política de isolamento social.

Recados da China

O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, mostrou que ainda não absorveu os ataques de bolsonaristas ao seu país, como os feitos pelo deputado Eduardo Bolsonaro, que disse que o vírus foi criado pelo Partido Comunista chinês, mas, sobretudo, pelas piadas racistas do ministro Abraham Weintraub. Wanming concedeu uma entrevista na semana passada lembrando que os brasileiros deveriam ter mais respeito pelos chineses. Afinal, a China é o principal parceiro comercial do Brasil, com uma balança de negócios atingindo US$ 100 bilhões anuais. Para a China, o Brasil envia 27,8% de tudo o que exporta, muito mais do que vende para os Estados Unidos (14,7%).

Salvando vidas

Depois de manter o isolamento social em São Paulo por 70 dias, o governador João Doria começa a permitir a flexibilização progressiva da quarentena. Essa política equilibrada evitou, até agora, o surgimento de 950 mil casos e salvou 65 mil vidas, segundo ele. O interessante é que, nesse período, 74% das atividades econômicas foram asseguradas.

Divulgação

Leitos de UTI

Para atender a demanda, o número de leitos de UTI dobrou para 7.200. Doria já entregou 1.627 novos respiradores e vai entregar outros 1.000 até o final do mês. Assim, o número de casos em São Paulo, comparando-se com o resto do Brasil, caiu de 68% em março, para 22% em maio. Um total de 20 mil pessoas já tiveram alta. E sem manipular dados.

Juros abusivos

Edilson Rodrigues

O senador Alvaro Dias quer reduzir as extorsivas taxas de juros cobradas pelos bancos. Ele lembra que na Colômbia o teto para a taxa anual de juros para cartão de crédito é de 27,18%. O mesmo ocorre em outros 75 países. No Brasil, as taxas de juros para o cartão de crédito chegam a 1.200% ao ano.

Toma lá dá cá

Bruno Covas, prefeito de São Paulo (Crédito:PETER LEONE)

Por que Bolsonaro prefere atacar prefeitos e governadores do que enfrentar a pandemia com responsabilidade?
O mundo faz chacota do Brasil por causa da politização que Bolsonaro faz da pandemia. O vírus não é de esquerda e nem de direita. Temos que trabalhar com as armas que a ciência nos apresenta, sem bravatas políticas.

Ao não usar máscara e desrespeitar o isolamento social, ele dá maus exemplos à população?
É lamentável que o presidente Bolsonaro trate esta doença tão grave como se fosse uma gripezinha. Já somos o segundo país no número de vítimas e Bolsonaro continua contrariando o que todos os demais líderes mundiais fazem para salvar suas populações, independente de suas ideologias.