Ele lhes dedicou sua vitória nas eleições primárias de agosto, mas os “filhos de quatro patas” de Javier Milei, seus cães mastins ingleses, não são vistos há muito tempo.

Uma figura central no círculo afetivo de Milei é Conan, seu primeiro mastim, morto em 2017. “Eu tive momentos na minha vida muito, muito ruins. E os únicos que estavam ao meu lado eram minha irmã e Conan. Nem minha irmã, nem Conan me traíram. Jamais. A lealdade se paga com lealdade”, descreveu recentemente o presidente eleito da Argentina.

A morte de Conan lhe causou tanto pesar que Milei mandou cloná-lo nos Estados Unidos. Ele conseguiu seis exemplares, um dos quais morreu pouco tempo depois, segundo pesquisa do biógrafo não autorizado Juan Luis González.

O nome Conan foi inspirado no romance “Conan, o Bárbaro”, de Robert E. Howard. Milei deu o mesmo nome a um dos clones.

Os outros quatro receberam os nomes de seus economistas preferidos: Milton, de Milton Friedman; Murray, de Murray Rothbard; Robert e Lucas, de Robert Lucas.

“Da relação que desenvolveu com o cão, de quem diz que era seu filho, chega-se à solidão de Milei. É alguém que não desenvolveu habilidades sociais. Seu círculo próximo é muito pequeno”, disse González à AFP.

Os mastins ingleses são animais enormes, de 80 a 100 quilos cada. Em 2019, Milei precisou ir ao hospital, onde levou pontos e teve um braço engessado porque levou uma mordida ao tentar intervir em uma briga entre os cães.

“Eles disputam ser o preferido e quando saí (de um cômodo), aconteceu esse intercâmbio e, por estar entre eles, meu braço ficou no meio”, disse Milei na ocasião.

Por causa dos mastins, ele deixou seu apartamento em Buenos Aires e mudou-se para uma casa em um condomínio fechado nos arredores da capital, segundo ele próprio explicou durante a campanha.

No entanto, há dois anos não os mostra. As fotos conhecidas são de quando eram filhotes. Uma pessoa próxima comentou à AFP que é “impossível” ter uma imagem deles porque “não os expõe”.

Em outubro, a última coisa que Milei contou foi que, devido à campanha eleitoral, os deixou em uma creche.

O presidente eleito mora há várias semanas em um hotel no centro de Buenos Aires. A partir de sua posse, no próximo domingo, se mudará para a residência presidencial de Olivos, uma casa de meados do século XIX cercada de extensos jardins na periferia da capital.

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