Flávio Dino, ex-governador do Maranhão, senador eleito e, para valer, novo ministro da Justiça e Segurança Pública, apostou alto já na largada da gestão Luiz Inácio Lula da Silva: ele comprometeu-se com o ato de solucionar o caso da execução da então vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes.

Dino deixou claro que, para ele, é “uma questão de honra” dar uma resposta à sociedade. Na verdade, é uma questão de honra para o Brasil civilizado chegar-se ao final dessa questão.

Marielle foi assassinada há cinco anos e já cinco delegados da Polícia Civil do Rio de Janeiro (Polícia Judiciária) chefiaram as investigações. Tudo deu em nada. Executores estão presos, mas a questão de honra é a seguinte: quem mandou matar Marielle?

Há envolvimento de milicianos e, dúvida zero, há envolvimento de políticos que não concordavam com os posicionamentos da vereadora a favor da democracia social, racial e de gênero. Mais: Marielle defendia gente pobre e denunciava os desmandos dos eternos donos do poder.

No governo federal anterior era um risco retirar o caso das mãos de policiais civis do Rio de Janeiro e transferi-lo à Polícia Federal, uma vez que a PF não possuía a devida liberdade para trabalhar. Agora é diferente: as investigações devem ser federalizadas o quanto antes.

O que não pode acontecer é o crime seguir impune no que diz respeito aos autores intelectuais, e isso após cinco anos.

Flávio Dino deu a si, corajosamente, uma missão que é tida por muita gente como impossível. Tem ele como colega, na Esplanada dos Ministérios, justamente a irmã de Marielle – Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial. A Dino só resta, agora, uma opção: apresentar ao País, o mais rapidamente possível, os mandantes da execução.