Doze medalhas de ouro olímpicas entre os dois. O casal formado pelos britânicos Laura e Jason Kenny é o mais bem-sucedido do ciclismo mundial e aumentou seu recorde neste domingo após a vitória de Jason na prova de keirin, no encerramento dos Jogos de Tóquio.

Aos 33 anos, Jason defendeu e confirmou seu título conquistado nos Jogos Rio-2016 ao derrotar Mohd Azizulhasni Awang da Malásia e o atual campeão mundial, o holandês Harrie Lavreysen.

Um dia antes, Laura também conquistou o ouro, na madison (prova de revezamento também conhecida como ‘corrida americana’), ao lado de Katier Archibald.

“Conseguimos!” disse Jason chorando durante sua volta de comemoração em sua bicicleta.

“Para falar a verdade, esperava que Laura ganhasse a 12ª medalha, mas ela caiu”, disse ele, pouco depois de sua esposa terminar em sexto na omnium, após se envolver em uma impressionante queda coletiva.

O filho do casal, Albert Louie, de apenas três anos, pode ter sentido a distância dos pais durante duas semanas, mas com o tempo saberá que eles o fizeram para escrever seus nomes na história do esporte.

Para Jason, a sétima medalha de ouro olímpica faz com que ele ultrapasse a lenda do ciclismo Chris Hoy, que era o britânico com o maior número de títulos olímpicos contando todos os esportes até agora.

– ‘Como lançar os dados’ –

Jason é também o atleta do ciclismo de pista com mais medalhas olímpias na história, nove no total (sete ouros e duas pratas), conquistadas em quatro Jogos consecutivos desde que fez sua estreia em Pequim-2008.

“Tive a sorte de entrar no ciclismo britânico em um momento em que eles estavam investindo muito dinheiro”, como previsão aos Jogos de Londres-2012, disse Kenny com humildade.

“Devo meu sucesso a estar na hora certa e no lugar certo”, acrescentou.

Eliminado na quinta-feira nas quartas de final da prova individual de velocidade, ele pareceu aceitar o declínio. “Não esperava ser eternamente o melhor”, disse ele.

Nada mais longe da realidade. Na final da prova de keirin ele surpreendeu a todos ao se distanciar do grupo na penúltima volta.

“Surgiu uma grande oportunidade, sem dúvida porque os outros não me consideravam um favorito e pude aproveitar. Me projetei e foi como lançar os dados”, explicou.

– Até Paris? –

Kenny triunfou na modalidade que é uma paixão no Japão: “O público foi fantástico, o velódromo não estava cheio (devido às restrições sanitárias). Mas fizeram muito barulho. É uma pena a ausência de um japonês na final. Ele teria criado uma atmosfera extraordinária”.

A pergunta que fica é se o triunfo vai impulsionar o britânico até os Jogos de Paris-2024. “Se eles tivessem me perguntado esta manhã, eu provavelmente teria dito não, mas me sinto bem, por que não continuar?”.

Aos 29 anos, sua esposa não planeja parar. Ela vai querer sua revanche na omnium, prova vencida neste domingo pela americana Jennifer Valente, à frente da japonesa Yumi Kajihara e da holandesa Kirsten Wild.

A outra medalha de ouro do último dia do ciclismo de pista nos Jogos foi conquistada pela canadense Kelsey Mitchell, que triunfou na prova de velocidade individual na final que disputou contra a ucraniana Olena Starikova.

cpb/jr/pm/psr/aam