Ou a UNE manipulou os universitários ou os universitários enganaram a UNE. As manifestações estudantis que ocorreram ontem (terça-feira 13) no País tinham, em sua origem, a palavra de ordem unificada contra os cortes das verbas, promovidos pelo governo federal (algumas universidades já anunciam que deixarão de funcionar em setembro). O que mais se viu nas ruas, no entanto, foram cartazes pedindo a libertação do ex-presidente Lula.

Em tempo: o número de jovens presentes aos protestos ficou muito aquém do que a UNE queria ver. Também chamou atenção a participação da CUT, que não tem nada a ver com o ensino no Brasil. Vale o alerta: os estudantes devem concentrar o foco de suas reivindicações na questão das verbas e da operacionalidade das faculdades. Disparar para todos os lados como faziam antigamente (anos 1960 e 1970) os trotskistas (“Revolução Permanente”) é dispersar energia. Vale se manifestar, é claro, contra todos os desmandos do atual governo federal. Mas seguindo o método sociológico de focar bem cada ponto isoladamente do que focar mal diversos pontos em conjunto, como é costume da esquerda brasileira. Na mistura de pautas, quem ganha é direita.