Embora esteja em segundo lugar nas pesquisas para governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas vive momentos de tensão. Acumula problemas que podem tirá-lo do segundo turno. A começar por suas ligações com Bolsonaro. O presidente quer que ele seja seu candidato para ter um palanque forte em São Paulo, mas o ex-ministro foge dessa missão. Afinal, o capitão tem uma rejeição de 60% junto ao eleitorado paulista e Tarcísio não quer ser arrastado por essa má fama. Com essa desaprovação, ninguém se elege e, portanto, o mandatário passa a ser um padrinho a ser evitado. Por isso mesmo, Tarcísio não fez nenhum evento em São Paulo ao lado de Bolsonaro, o que está gerando grande desconforto junto aos bolsonaristas. Pior é que ele está empatado com Rodrigo Garcia, com viés de alta.

Televisão

Tarcísio tem fatores que limitam a expansão de sua candidatura. Está praticamente sozinho no Republicanos, enquanto que Rodrigo avança em alianças com outros partidos, inclusive os que orbitam na área de apoio ao bolsonarismo, como PP e PL. Sem contar que o tucano já fechou acordos com o MDB e União Brasil, o que lhe dá o dobro do tempo de TV. 

Domicílio

Além disso, o ex-ministro ainda tem uma pendência junto à Justiça Eleitoral. O Ministério Público de São José dos Campos não desistiu da ação para cassar o domicílio eleitoral de Tarcísio na cidade. Ele deu o endereço de uma casa alugada por um parente, mas está claro que nunca morou ali. Se perder o domicílio, adeus candidatura em São Paulo.

O recomeço

Silvia Costanti

Depois de ter sido preso por corrupção na Operação Lava Jato em 2018, em meio à campanha que fazia para o Senado, o ex-governador Beto Richa tenta voltar ao cenário político disputando uma vaga para deputado federal pelo Paraná. Ele poderia ter pleiteado a vaga para concorrer ao governo do Estado ou mesmo ao Senado, mas essa raia já está congestionada por gente influente, como Sergio Moro e Alvaro Dias.\

Retrato falado

“Precisamos de um pacto de não agressão, seja na rua, nos palanques ou nas redes sociais” (Crédito:Mateus Bonomi )

A candidata do MDB a presidente, Simone Tebet, entregou ao ministro Alexandre de Moraes, vice-presidente do TSE, um manifesto pedindo paz nas eleições, com as assinaturas dos presidentes do MDB, PSDB e Cidadania. O documento propõe um pacto de não agressão entre todas as campanhas, todos os candidatos e todos os partidos e coligações, “seja na rua, nos palanques e nas redes sociais”. O clima de violência na atual campanha eleitoral é um dos mais graves nas últimas décadas.

PIB zero

A promulgação da “PEC Kamikase”, que liberou R$ 41,2 bilhões para gastar em benesses eleitoreiras visando a reeleição de Bolsonaro, vai provocar inflação, juros e desemprego mais altos em 2023. E não dá para culpar só Bolsonaro e o Centrão por essa excrescência. A oposição, sobretudo o PT, votou em peso pela aprovação da medida. Apenas 14 deputados votaram contra, mesmo correndo risco de não se reelegerem em outubro. Mas fizeram o certo e o que manda o bom senso. O impacto da aprovação dessa proposta já está levando os bancos com credibilidade a preverem taxas de crescimento do PIB menores para 2023 e alguns já falam em um PIB próximo do zero.

Fora da lei

Mais grave do que a piora da crise econômica para 2023 é que a aprovação dessa Proposta de Emenda Constitucional passou por cima do teto de gastos, da lei de responsabilidade fiscal e da lei eleitoral, que não permite conceder benefícios sociais em período eleitoral: uma PEC totalmente inconstitucional.

Volta ao mundo

Responsável pela Comunicação do governo, Fábio Faria tem sofrido críticas do QG da campanha de Bolsonaro nas últimas semanas pela extensa agenda no exterior, enquanto o presidente se desdobra para crescer nas pesquisas. O ministro fez oito viagens internacionais neste ano, que, juntas, levaram-no a ficar afastado por quarenta e seis dias.

Pedro Ladeira

Viagens salgadas

A perambulação de Fábio Faria drenou R$ 296,4 mil dos cofres públicos — a quantia não leva em consideração as despesas de parte dos voos, feitos em aviões da FAB. A viagem mais cara, de R$ 69.430,61, aconteceu em março, quando ele embarcou rumo a Jerusalém para conhecer a experiência do país em inovação, tecnologia e segurança cibernética.

Reforço publicitário

Adriano Vizoni

O publicitário Roberto Justus teve um encontro reservado com Bolsonaro no Palácio do Alvorada há duas semanas. Levado pelo ex-secretário de Comunicação do governo Fábio Wajngarten e pelo empresário Luciano Hang, Justus disse que esteve com o presidente apenas para dar algumas contribuições à campanha da reeleição: em 2018, ele confirmou ter votado no ex-capitão.

Toma lá dá cá

Neri Geller (PP-MT), da bancada ruralista (Crédito:Edson Rodrigues)

Por que a aliança com o PT e como reverter a rejeição entre os ruralistas?
O PT foi alinhado ao agro em governos anteriores. A questão ideológica nunca foi um empecilho.

O ex-ministro Blairo Maggi está na lista de lideranças que o PT deseja colocar ao lado de Lula. Acredita no apoio dos ruralistas ao petista?
Firmei a aliança com o Lula após ouvir várias lideranças, sendo Blairo uma delas. Geraldo Alckmin, que é bastante equilibrado, virá ao estado e vamos sentar com ele.

Crê em uma reaproximação entre PP e Lula, caso o petista seja eleito?
Não posso falar em nome da Executiva Nacional, mas é natural que o nome que vencer as eleições se aproxime do PP pela força da bancada em nome da governabilidade.

Rápidas

A uma semana das convenções, os postulantes a cargos majoritários ainda não sabem quem serão os companheiros de chapa. Em São Paulo, Rodrigo Garcia está entre o ex-ministro Henrique Meirelles e o ex-secretário de Saúde Edson Aparecido. Meirelles tem mais chances.

Retratação

“Por meio da presente nota, a revista ISTOÉ esclarece que, ao contrário do que foi veiculado nas matérias “Queimou a Largada” e “Derrapagem na Largada”, de 28.06.2019 e 05.07.2019, respectivamente, a empresa Golden Goal não é alvo da Operação Panatenaico, da Polícia Federal, sendo certo que ela não foi sequer chamada a prestar esclarecimentos sobre o tema, seja na fase do inquérito ou de ação judicial, motivo pelo qual a revista se retrata da afirmativa de que a Golden Goal não seria uma empresa idônea, não existindo qualquer elemento para se duvidar de sua idoneidade”