Coluna: Guilherme Amado, do PlatôBR

Carioca, Amado passou por várias publicações, como Correio Braziliense, O Globo, Veja, Época, Extra e Metrópoles. Em 2022, ele publicou o livro “Sem máscara — o governo Bolsonaro e a aposta pelo caos” (Companhia das Letras).

Os efeitos de uma possível prisão de Bolsonaro sobre Tarcísio-2026

Após denúncia da PGR contra Jair Bolsonaro, cenários para uma possível prisão começam a se desenhar, com Tarcísio em posição estratégica

Alan Santos/PR
Foto: Alan Santos/PR

A dura denúncia da PGR contra Jair Bolsonaro, com altíssimas chances de condenação no STF, impacta os cenários políticos com uma possível prisão do ex-presidente ainda em 2025, como prevêem aliados dele, ou no ano eleitoral de 2026. Tarcísio de Freitas é uma das peças cujos movimentos serão acompanhados intensamente nesse tabuleiro.

Como era de se esperar a essa altura, Tarcísio repetiu recentemente que vai tentar a reeleição ao governo de São Paulo. Aliados dele avaliam, no entanto, que a prisão de Bolsonaro inevitavelmente aumentará a pressão de políticos e empresários da direita sobre o governador por uma candidatura presidencial.

Embora dê sinais de que prefere alguém de sua família, como um dos filhos, Bolsonaro preso estaria em uma posição fragilizada. Preso, ele não teria escolha a não ser topar o governador como candidato ao Planalto — ainda que, inicialmente, como vice em uma chapa registrada com o inelegível ex-presidente na cabeça. Frustradas as tentativas de reverter a inelegibilidade, Tarcísio seria alçado a candidato a presidente e outro nome convidado a vice — mesmo script de Lula, Fernando Haddad e Manuela D’Ávila em 2018.

Com o ex-chefe na prisão, Tarcísio também terá nas mãos o antídoto ao fogo-amigo do bolsonarismo mais radical, que costuma se eriçar quando políticos aliados de Bolsonaro assumem qualquer postura mais moderada: trabalhar publicamente pela soltura do ex-presidente ou fazer da anistia a ele e aos bolsonaristas do 8 de Janeiro uma plataforma de campanha. Que bolsonarista mais radical atacaria um candidato que tivesse essas propostas?

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