Enquanto o resto do mundo luta contra um inimigo mortal, o Brasil luta contra dois: o coronavírus e Jair Bolsonaro. Os dois solitários neurônios do presidente exercem funções bastante específicas em seu limitado cérebro. Um deles busca salvar sua família e seus milicianos de estimação da cadeia; o outro, promove a morte dos brasileiros e a destruição das instituições do País. E só.

Essa constatação, infelizmente, não é apenas uma figura de linguagem. Todas as decisões pessoais que Bolsonaro tomou desde que assumiu o cargo têm algo em comum: visam a morte de brasileiros. Não falo sobre as ações de seu governo, pífias em todas as áreas, mas de sua vontade particular. Bolsonaro odeia o Brasil. Age motivado por uma espécie de vingança destrutiva, aquela maldade de gente ruim. O que esperar de alguém que fala com prazer da tortura de um ser humano? É um típico sociopata que, em condições normais, deveria ser isolado para preservar a sociedade. A má notícia é que ele tem sido bem sucedido em sua macabra vocação.

As decisões que Bolsonaro tomou desde que assumiu têm algo em comum: visam à morte de brasileiros. É um governo doloso

Preste atenção: do relaxamento das leis de trânsito em um País recordista de mortes nas estradas ao armamento da população sem fiscalização das munições, tudo que ele propõe tem como objetivo matar o maior número possível de pessoas. No início da pandemia, Bolsonaro tentou manter tudo aberto como se nada estivesse acontecendo. Graças a líderes lúcidos de todos os espectros políticos, isso não aconteceu. Em vez dos 200 mil mortos, teríamos milhões. Justificou dizendo que se preocupava com a economia. Mentira. Se fosse isso, teria sido o primeiro a lutar pela imunização, como fizeram os líderes dos 50 países que já começaram a vacinar sua população. Bolsonaro receitou um remédio comprovadamente ineficaz para enganar o povo. Queria que as pessoas saíssem às ruas para morrer.

Demitiu ministros que entendiam do assunto e colocou um fantoche aparvalhado que não sabia sequer que seriam necessárias seringas e agulhas. Boicota, desacredita e atrapalha a chegada das vacinas. Por quê? O que ganha com esse atraso? Apenas mais mortes. Estimula que as pessoas saíam sem máscaras. E se está provado que aglomerações espalham o vírus, o que ele faz? Promove aglomerações sem razão nenhuma, a não ser produzir videos patéticos para suas redes sociais — mesmo que isso custe a vida de brasileiros. Seu lema de campanha, “Brasil acima de tudo”, era uma farsa. O vírus que elegemos em 2018 é contra a educação, a ciência, o meio-ambiente, a democracia, a cultura. Nosso futuro depende da erradicação dos dois vírus que tentam destruir o País.