Dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon): chegou a 10 mil km2 a área de floresta desmatada entre janeiro e outubro de 2022. Nos últimos 15 anos essa é a mais drástica devastação. Não é sem razão, portanto, que autoridades ligadas à preservação do meio ambiente, em todo o mundo, respiram aliviadas com a mudança positiva que ocorrerá no ano que vem, assim que Lula assumir a Presidência da República.

Dados do satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe): entre os dias 1 e 16 de novembro foram registrados 3.332 focos de calor no Amazonas, Acre e em Rondônia. No ano passado, se tomado o mesmo período, os três estados apresentaram 253 focos somados. Ou seja: houve um aumento de 1.216%. A farra da devastação criminosa, que marcou o governo de Jair Bolsonaro, exacerbou-se ainda mais nessa região na qual, infelizmente, ele saiu-se bem nas urnas. Em Rondônia, por exemplo, o inquilino que a maioria do povo brasileiro despejou do Palácio do Planalto obteve, ainda assim, 70% dos votos válidos no segundo turno. É lá que o Inpe registrou a marca de 1.602 focos de calor criados nos dias após as eleições.

LIVROS
Em O Brasil ainda tem cura há caminhos para um País melhor

REFLEXÕES Nietzsche e Bauman: fontes e metodologias para Sheherazade (Crédito:MICHAL CIZEK)
Divulgação

Desembarca nas livrarias O Brasil ainda tem cura, livro da jornalista e articulista de ISTOÉ Rachel Sheherazade. A autora tem a coragem e inteligência de enfrentar diversas mazelas nacionais, crendo acertadamente que “olhar nos olhos da tragédia é dominá-la”, conforme afirmou um dos maiores dramaturgos brasileiros, Oduvaldo Vianna Filho — Sheherazade nos traz, assim, o oxigênio da esperança. Valendo-se metodologicamente dos filósofos Friedrich Nietzsche e Sygmunt Bauman, ela aponta soluções para questões como intolerância religiosa e o velho jeitinho brasileiro que solapam a democracia social, e apresenta originais insights sobre o sistema de cotas para estudantes. Dá ao leitor, em uma grande angular intelectual, um panorama da nossa política. O lançamento em São Paulo será na quarta-feira 30, na Livraria da Vila, no Shopping Anália Franco, a partir das 18h30.

AÇÃO DE GRAÇAS
Clemência para os perus; ironia com os republicanos

TRADIÇÃO Biden na cerimônia de indulgência: só alegria (Crédito:SAUL LOEB)

Tradição é tradição, e o presidente dos EUA, Joe Biden, respeitou-a. Política é política, e o democrata Biden aproveitou então a ocasião para provocar seus adversários republicanos. Na cerimônia anual em que o mandatário concede clemência a duas aves e as livra do forno no feriado de Ação de Graças (comemorado na quinta-feira 24), Biden anistiou os perus Chocolate e Chip, cada um com cerca de 20 quilos — agora serão eles doados à Universidade Estadual da Carolina do Norte. Na ocasião, o presidente ironizou a cor vermelha que simboliza os conservadores: “A única onda vermelha que se dará é se o Commander, nosso cachorro pastor alemão da Casa Branca, derrubar
o molho de cranberry”.

IRÃ
A um passo da bomba atômica

MEDO Central Nuclear de Fordo: usina de destruição em massa (Crédito:Hamid Foroutan)

Na semana passada o governo do Irã realizou mais um perigoso avanço rumo ao descumprimento do acordo, que fizera em 2015 com a comunidade internacional, de limitar a 3,67% o enriquecimento de urânio. Paulatinamente o que fora acordado vinha sendo desprezado, mas agora o mundo foi pego de surpresa: o Irã vai enriquecê-lo a 60%. Ou seja: mais 30% e já se estará falando em bomba nuclear. As atividades se darão na antiga central de Fordo, localizada aproximadamente a 180 quilômetros de Teerã — as dependências de enriquecimento ficam abaixo da superfície para estrategicamente serem poupadas de eventuais ataques de mísseis. Uma declaração nada promissora à humanidade veio de Mohammad Eslami, diretor da Organização Iraniana de Energia Atômica: “a produção de Urânio enriquecido a 60% já foi iniciada”.