A situação dos Mauros Cid – pai e filho – pode se complicar nas próximas semanas com o direcionamento que a Polícia Federal já realiza, na investigação, sobre a passagem do general Mauro Lourena Cid pelo escritório da Agência de Exportação Brasileira (APEX) em Miami, na Flórida. O Tribunal de Contas da União já abrira uma investigação havia dois meses para passar uma lupa na gestão do general no escritório norte-americano, onde tinha salário de quase US$ 10 mil. Cid pai reinava por lá – e a PF agora apura se a APEX foi entreposto para a negociação das joias presenteadas por chefes de Estado a Jair Bolsonaro, e negociadas por Cid filho, seu ajudante de ordens militar. Existe um claro caminho traçado por Miami para essas joias. Os investigadores querem saber qual o papel de Cid pai na APEX, o que lá foi feito ou negociado, e se há vestígios da trama rocambolesca de Bolsonaro. A viatura do FBI, parceiro da PF, pode chegar à casa onde o ex-presidente descansou por meses após fugir do Brasil.

Caso das joias de Bolsonaro leva PF a investigar se escritório da APEX em Miami foi entreposto para negociata, onde General Mauro Cid trabalhou

Uma ANTT na rota das urnas

A partir de documentos recolhidos na casa do coordenador de Inteligência e Contrainteligência da ANTT, a Polícia Federal conseguiu confirmar que o servidor cumpria ordens do diretor-geral da agência, Rafael Vitale, que o recrutou. Como antecipou a Coluna no site, a nomeação foi em 29 de abril de 2022. A PF quer saber, agora, até que ponto a direção-geral da ANTT esteve pessoalmente envolvida no escândalo da interferência das eleições de 2022. Há fortes indícios de que Vitale estaria a serviço dos propósitos eleitorais do então presidente Jair Bolsonaro, com quem trabalhou na subchefia de Articulação e Monitoramento no Palácio.

Parece filme de ação

ATÔMICO Centrífugas para enriquecer urânio no complexo de Natanz: Irã denunciou acordo nuclear e ficou mais próximo de construir sua bomba
Atomic Energy Organization of Iran via AP

A PF está no rastro de um suposto tráfico internacional de urânio envolvendo um órgão oficial do Governo. O caso, que já era investigado há meses, ganhou contornos diplomáticos e acompanhamento de autoridades internacionais com extravio de 8 gramas de urânio enriquecido em duas ampolas, de dentro das Indústrias Nucleares do Brasil, em Resende.

Ex-secretário de Blairo oferece defesa

Eumar Novacki
Eumar Novacki
Ex-secretário da Casa Civil no Governo Blairo Maggi no Mato Grosso, o coronel PM Eumar Novacki atualmente reside em Brasília, onde é advogado e consultor. E quase um advogado com vitrine nacional, a que ele gostaria de ter para alavancar seus serviços. Novacki tentou pegar a causa do tenente-coronel Mauro Cid, preso por fraudar cartão de vacina de Jair Bolsonaro. No entanto o pai de Cid, o general homônimo, e a cúpula do Exército – que tem acompanhado de perto o caso – rechaçaram. Por ora. Agora é o Cid pai quem precisa de um defensor. Cid filho já trocou de advogado duas vezes, e dá sinais de delação.

Em nota à coluna, a assessoria de Novacki informa que ele não foi sondado e nem ofereceu defender o Cid. “Defender o Cid seria incompatível, porque geraria um conflito ético”.

Brasil abaixo de zero…

Os Cid, joalheiros de Miami
AFP

O Brasil estreou no Surfe e Skate com medalhas nos Jogos de Tóquio, mas o Ministério do Esporte quer mesmo é investir na turma do gelo, com vistas às Olimpíadas de Inverno. A despeito de o Surfe ser agraciado com 28 bolsas para atletas, nenhuma foi para a modalidade sobre rodas. O Governo aprovou 24 bolsas para atletas de Curling (hein!?). Outras seis bolsas para o Bobsled; 30 para Hockey no Gelo; nove para quem pratica snowboarding. A turma da Montain Bike ganhou 46 oportunidades. E apareceu na lista a curiosa modalidade do Rollerski (para asfalto). Acelera, galera. Serão 17 bolsas.

Busão entrega a má fiscalização

O ônibus pirata que se acidentou na serra de Belo Horizonte, e que matou sete torcedores do Corinthians, há três anos circulava com documentos vencidos; o motorista era reincidente em multas. Isso mostra o desastre da fiscalização da ANTT nas estradas, sem postos e agentes suficientes.

Um caminho para Ciro

Ex-aliado de FHC, Lula, Dilma, Temer e Bolsonaro, o senador Ciro Nogueira articula aproximação com o presidente Lula da Silva III para, quem sabe, ter uma das duas vagas ao Senado para ele ou a mãe no Piauí em 2026. Com apoio do PT. Nogueira e Wellington Dias, o ex-governador e hoje ministro, não são tão adversários como se mostram.

O mistério da Booking

Os problemas com os atrasos de pagamentos pela Booking no Brasil, que já ocorreram um ano atrás, ganham força diante dos cancelamentos de passagens da 123Milhas. A Coluna tem relatos de dezenas de pousadas de Goiás, DF e Bahia sem receber da empresa holandesa. Algumas há dois meses. Todas ancoram suas operações na plataforma.

NOS BASTIDORES

Instituto Villas Boas

O Governo revisou indeferimento recente e validou a criação da OSCIP Instituto General Villas Boas, que leva o nome do ex-comandante do Exército. Ele reside em Brasília.

Com as pás da caserna

Com grandes empreiteiras respirando por aparelhos após a Lava Jato, o Governo admite manter o Exército como executor de obras de infraestrutura. General Rogério Cetrim é hoje o responsável pelo EB.

Jader & Renan 3.0

O retorno de Lula ao poder ressuscitou dois caciques que voltam mais poderosos em Brasília: Jader Barbalho e Renan Calheiros. Ambos senadores, assistem a desenvoltura dos herdeiros Helder (governador) e Jader (ministro); e Renan (ministro).

Passarela sem fios

Segundo destino mais procurado por turistas do Brasil, Porto Seguro (BA) acaba de ganhar cara nova na orla no centro. A Coelba aterrou a sua fiação dos postes na conhecida Passarela da Cultura.