Num futuro próximo, o carro deverá virar uma espécie de sala de estar, onde os passageiros poderão exercer vários tipos de atividade, enquanto ele funciona com autonomia e sem necessidade de motorista. O veículo se movimenta com total segurança e os ocupantes ficam livres para fazer o que desejarem, como dormir, ler um livro, assistir um filme, jogar um game ou participar de uma reunião de trabalho até chegar ao seu destino.

Vários protótipos desse tipo têm sido apresentados por grandes montadoras pensando em uma nova experiência de transporte. A Volkswagen acaba de revelar na feira Chantilly Arts & Elegance, nas imediações de Paris, seu General Trafic, modelo multipropósito que funciona como uma máquina de morar, pensado para longas viagens em que o “condutor” pode simplesmente tirar uma soneca durante todo o percurso. Na avaliação da empresa, “o veículo oferece uma perspectiva realista de mobilidade na próxima década”. A Volvo avança do desenvolvimento de seu modelo 360C, que tem espaço para se tornar um home office ou simplesmente um dormitório.Protótipos mostram como serão os carros do futuro: celulares sobre rodas

A autonomia dos carros de passeio vem avançando rápido, junto com a eletrificação. Veículos com motores elétricos têm uma plataforma preparada para receber recursos de automação e novos modelos já estão sendo equipados com a tecnologia ADAS (Sistemas Avançados de Assistência ao Condutor), que inclui dispositivos como controle de cruzeiro adaptável, frenagem automática, monitores de pontos cegos e aviso de saída de pista, entre outras inovações. O nível de autonomia dos veículos vai de 0 a 5. Atualmente, os modelos que chegam ao mercado estão no nível 2 ou 3 e em teoria poderiam fazer uma viagem completa sem que o condutor toque no volante. No nível 3 estão carros como Honda Legend, Tesla Model 3, Volvo XC60, BMW 351 ou Audi e-tron. “Os carros vão se transformar em um celular sobre rodas e os diferenciais serão as aplicações e os serviços”, diz o engenheiro Ricardo Takahira, coordenador do curso de pós-graduação em mobilidade autônoma e conectividade do Instituto Mauá. “Se você não vai dirigir, então é preciso usar o tempo para fazer outras coisas e é nisso que a indústria automotiva está pensando.”