O presidente Jair Bolsonaro deu mais uma demonstração de que faz um governo para ajeitar a vida dos amigos e a dos amigos dos seus filhos. Ele decidiu nomear Jorge Oliveira Francisco (ministro-chefe da Secretaria-Geral de Governo) para o Tribunal de Contas da União (TCU), na vaga que será aberta com a aposentadoria do ministro José Múcio Monteiro, que se aposentará no próximo dia 31 de dezembro. Bolsonaro escolheu Jorginho, como ele se refere ao amigo, depois de tê-lo preterido para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), aberta com a aposentadoria de Celso de Mello. Foi uma espécie de prêmio de consolação. Afinal, Jorginho é filho de Jorge Francisco, que foi chefe de gabinete do então deputado Jair Bolsonaro, e é como se fosse um membro da família presidencial.

 

Padrinho

Jorginho é mais do que um amigo. Ele entra sem bater na casa dos Bolsonaro. Já foi chefe de gabinete do deputado Eduardo e também foi seu padrinho de casamento. O novo ministro do TCU, que é major da PM-DF, é um dos homens de confiança do presidente. Ele deve ser substituído pelo almirante Flávio Rocha, outro do círculo de amizades do presidente.

 

Presente

Engana-se quem pensa que Jorginho ficou chateado. O salário anual de um ministro do TCU é de R$ 621 mil. E ele ainda pode ficar no radar do presidente para a vaga no STF de novembro de 2021, com a aposentadoria de Marco Aurélio Mello. Se bem que nesse caso a prioridade será do “terrivelmente evangélico” André Mendonça (Justiça), outro amigo.

 

Fux salva a Lava Jato

Pedro Ladeira/Folhapress

Quando todo mundo pensava que a ida de Kassio Nunes Marques para a segunda turma do STF enterraria a Lava Jato, o presidente da Corte, ministro Luiz Fux, fez uma jogada de mestre. Decidiu que todas as ações penais, incluindo os casos da operação de combate à corrupção, passarão a ser julgados pelo plenário, com os 11 ministros do tribunal e não mais pela segunda turma, como vinha acontecendo desde 2014.

 

Retrato falado

“Ate dezembro, o Instituto Butantan terá produzido 46 milhões de doses da vacina contra a Covid” – Foto: Ettore Chiereguini / AGIF (Crédito:Ettore Chiereguini / AGIF)

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, garante que até dezembro o laboratório vai disponibilizar 46 milhões de doses
da vacina contra a Covid-19 e que até março todos os paulistanos estarão imunizados. Explicou que a fase três dos testes da vacina terminará em outubro. Depois disso, a vacina só dependerá da aprovação da Anvisa para que a imunização tenha início. Segundo ele, “o laboratório chinês Sinovac está produzindo essa vacina há 10 anos para a Sars Cov”.

 

Desemprego recorde

Bolsonaro dizia, desde o início da pandemia, que preferia que a economia não parasse, colocando-se contra a quarentena e as medidas de distanciamento social. Para ele, os danos econômicos seriam mais nefastos do que a crise sanitária. Mas, seis meses depois, percebe-se que ele não reduziu nem os danos à economia e muito menos à saúde. O Brasil já se aproxima dos 150 mil mortos e mais de 5 milhões de infectados, enquanto a economia vai de mal a pior. Além da queda do PIB, que deve chegar a 6% este ano, o índice de desemprego alcança números alarmantes: 14,1% da população economicamente ativa está sem trabalho (no primeiro semestre o índice era de 13,7%).

 

Miséria

Isso significa que 13,5 milhões de brasileiros ficaram sem emprego na pandemia de Bolsonaro. Sem contar os outros 40 milhões que já viviam em miséria absoluta. Nos últimos meses, um milhão de novos miseráreis foram incorporados ao número de desvalidos. Fracasso amenizado com o auxílio emergencial.

 

Gabinete do ódio

Divulgação

A Polícia Federal continua avançando na investigação contra os atos bolsonaristas realizados em maio, conforme determinações do ministro Alexandre de Moraes, do STF. A PF chegou agora ao nome de Max Guilherme Machado de Moura, da segurança pessoal de Bolsonaro, como um dos que estimularam as manifestações contra o Supremo e o Congresso.

 

Ajudante de ordens

Max é o quinto assessor de Bolsonaro envolvido nos ataques às instituições democráticas. Além dele, já eram investigados Tércio Tomaz Arnaud, José Matheus Sales Gomes e Mateus Matos Diniz, que operam o “gabinete do ódio” no 3º andar no Planalto. O tenente coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, também está entre os suspeitos.

 

Do limão, uma limonada

Adriana Spaca/FramePhoto/Folhapress

Joice Hasselmann, candidata do PSL à prefeitura de São Paulo, resolveu pegar o limão que o deputado Eduardo Bolsonaro lhe jogou e fez uma limonada. O 03 dizia que ela era a Peppa Pig, por causa de sua cintura avantajada. Após emagrecer 15 kgs, Joice decidiu adotar o Miss Piggy como mascote da campanha.

 

Toma lá dá cá

José Carlos Blat, promotor do MP – Foto: REUTERS / Paulo Whitaker (Crédito:REUTERS / Paulo Whitaker)

Como ficou o caso Bancoop, a cooperativa dos bancários usada pelo PT para desviar verbas para campanhas políticas?
O João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, desviou mais de R$ 100 milhões da Bancoop para financiar campanhas petistas, inclusive a do Lula para presidente em 2002.

Esse dinheiro já foi ressarcido aos cooperados?
Mais de 4 mil cooperados ainda não receberam seus imóveis e a dívida, corrigida, chega a R$ 500 milhões.

Mas Lula, ao contrário dos demais, recebeu seu tríplex da Bancoop?
Recebeu depois que a OAS assumiu as obras do Edifício Solaris, onde o ex-presidente ganhou o apartamento como propina de negócios com a Petrobras. O tríplex foi concluído, inclusive com elevador pago pela empreiteira.

 

Rápidas

• A campanha eleitoral deste ano vai ter uma profusão de candidatos militares. Mais de 5.800 policiais militares, das três forças armadas e até bombeiros se inscreveram para disputar as eleições para prefeitos e vereadores. Navegam na onda bolsonarista iniciada em 2018.

• Tabata Amaral está com um pé fora do PDT. O partido apoia Marcio França para prefeito de São Paulo, mas ela decidiu apoiar Marina Helou (Rede). Os pedetistas, que apostavam alto na deputada, agora a querem longe.

• Michelle Bolsonaro tem mesmo atração por dinheiro. Os R$ 7,5 milhões doados pela Mafrig ao Ministério da Saúde para a compra de testes para Covid acabaram parando no programa Pátria Voluntária, administrado pela primeira-dama.

• Se Doria conseguir que a Anvisa aprove a vacina Coronavac até meados de novembro, antes do primeiro turno da eleição para prefeito, vários candidatos que ele apoia, como Bruno Covas, receberão uma injeção de ânimo.