O rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, o Oruam, teve que retirar a cor vermelha do cabelo após ser preso na Penitenciária Dr. Serrano Neves, em Bangu, bairro da zona oeste da capital fluminense. De acordo com a Seap (Secretaria da Administração Penitenciária) do Rio de Janeiro, o procedimento segue o protocolo padrão.
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Uma imagem de Oruam sob custódia foi compartilhada nas redes sociais e mostrou o rapper com os fios de cabelo pretos. Em contato com a IstoÉ, a Seap informou que a imagem não foi veiculada por seus canais oficiais.

Imagem de Oruam após ser preso (Crédito: Reprodução/Redes Sociais)
A Penitenciária Dr. Serrano Neves abriga detentos ligados ao CV (Comando Vermelho), como o Marcinho VP, Márcio dos Santos Nepomuceno, apontado como líder da facção e pai de Oruam.
Segundo a Seap, o procedimento de retirar a tinta do cabelo do rapper segue protocolo padrão e é realizado no momento da custódia. ” O custodiado permanece na Penitenciária Dr. Serrano Neves, nas mesmas condições em que se deu a prisão, em cela individual”, concluiu o órgão.
Acusações contra Oruam
No fim de julho, o Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou o cantor pelos crimes de tentativa de homicídio, lesão corporal, tentativa de lesão corporal, resistência com violência, desacato, ameaça e dano ao patrimônio público.
“O MP aponta que ele e outros três homens, também denunciados, teriam atacado com pedras e ameaçado policiais civis durante uma ação na parte externa de sua residência, no bairro do Joá, Zona Oeste do Rio’, disse na época.
A investigação que resultou na denúncia por tentativa de homicídio qualificado apurou que algumas das pedras arremessadas por Oruam e Willyam tinham grande peso e poderiam causar lesões letais imediatas. “A perícia identificou sete pedras lançadas, com pesos variando entre 130 gramas e 4,85 quilos”, disse o MP-RJ.
Ainda segundo a denúncia, os objetos foram arremessados de uma altura de 4,5 metros, e houve repetição da conduta, mesmo diante da potencial letalidade das agressões. De acordo com a Promotoria, na ocasião, um dos policiais foi golpeado nas costas e no calcanhar esquerdo, enquanto outro conseguiu se proteger atrás da viatura.
A juíza Tula Correa de Mello, da 3ª Vara Criminal, aceitou a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e tornou réus por tentativa de homicídio qualificado o rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como o Oruam, e seu amigo Willyam Matheus Vianna Rodrigues Vieira.
A decisão foi tomada nessa terça-feira, 29, de acordo com a o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. As defesas não foram localizadas.
A denúncia citava dois crimes de homicídios qualificados, ambos na forma tentada, contra as vítimas Moysés Santana Gomes, delegado de Polícia Civil do Rio, e Alexandre Alvez Ferraz, oficial de cartório da Polícia Civil fluminense.
“A denúncia expôs com clareza os fatos criminosos e todas as suas circunstâncias. Consta, ainda, a qualificação dos denunciados e a precisa tipificação dos crimes imputados”, consta no documento.
A Justiça decretou as prisões preventivas de ambos para a garantia da ordem pública e da futura aplicação da lei penal. No caso, Oruam, que já está preso preventivamente em Bangu 3, teve novo mandado expedido.
*Com informações do Estadão