A trajetória de sucesso dos boxeadores cubanos no pódio olímpico começou em Munique-1972, na então Alemanha Ocidental, com três medalhas de ouro no pescoço do galo Orlando Martínez, do meio-médio Emilio Correa e do superpesado Teófilo Stevenson.

Martínez, o primeiro cubano com uma medalha de ouro olímpica no ringue, morreu nesta quarta-feira em Havana, aos 75 anos, sofrendo de mal de Alzheimer. Seu título naquele dia na cidade alemã onde o gigante Stevenson começava a se tornar o boxeador mais famoso do mundo amador, teria outra conotação: Martínez deu a Cuba seu primeiro ouro olímpico em 68 anos depois daquele conquistado pelo esgrimista Ramón Fonst em 1904 nos Jogos Olímpicos de St. Louis, nos Estados Unidos.

Na ilha também foi comemorado como o primeiro prêmio olímpico de ouro da revolução de Fidel Castro. Em Munique, Martínez conquistou cinco vitórias antes de ser coroado: derrotou Wing Maung (Birmânia) por 4-1, Michael Dowling (Irlanda) 3-2, Ferry Moniaga (Indonésia) 5-0, George Turpin (Grã-Bretanha) 3-2 na semifinal e 5 a 0 sobre Alfonso Zamora (México) na final.

Zamora se tornaria três anos depois um campeão mundial profissional da Associação Mundial de Boxe (AMB). Martínez foi olímpico três vezes: Cidade do México-1968, no México; Munique-1972; e Montreal-1976, no Canadá.