LONDRES, 13 FEV (ANSA) – O regulador das Organizações Não-Governamentais (ONG) no Reino Unido anunciou nesta terça-feira (13) que vai abrir uma investigação para analisar como a Oxfam geriu o escândalo sexual ocorrido em 2011 no Haiti.   

A chamada Charity Commission vai investigar o procedimento da ONG britânica depois do jornal “The Times” revelar que alguns dirigentes e funcionários da instituição contrataram prostitutas e organizaram orgias em instalações financiadas pela Oxfam. O episódio teria acontecido durante a missão humanitária pós-terremoto de 2010.   

A organização, por sua vez, que recebe anualmente cerca de 300 milhões de libras de fundos públicos do Reino Unido, reconheceu que a conduta daqueles trabalhadores foi “completamente inaceitável”, mas negou que teria ocultado os fatos.   

Ontem (12), a subdiretora da Oxfam, Penny Lawrence, renunciou ao cargo após assumir “inteira responsabilidade” pelo escândalo.   

Além disso, ela relatou sua “tristeza e vergonha pela conduta de funcionários no Chade e Haiti, incluindo a relação com prostitutas”.   

Lawrence explicou que os comportamentos inapropriados “do diretor da ONG no Chade e de sua equipe” já tinham sido “apontados antes de ir ao Haiti”. “Não respondemos de forma adequada”, admitiu.   

Um dos homens que também saiu do cargo e não recebeu qualquer ação disciplinar foi o diretor da ONG no Haiti na época, Roland van Hauwermeiren, que segundo o “The Times” admitiu que manteve encontros com prostitutas.   

Após o escândalo, o presidente do Haiti, Jovenel Moise, condenou fortemente a instituição de caridade do Reino Unido. Em sua conta no Twitter, o mandatário definiu a denúncia como uma “violação extremamente grave da dignidade humana”.   

Por sua vez, o governo do Reino Unido ameaçou cortar o financiamento para os projetos da instituição de caridade. Entretanto, a direção da Oxfam garante que as coisas já mudaram.   

“Aquilo que aconteceu no Haiti não poderia acontecer hoje com o sistema atual e as novas regras. Mas ainda há coisas que podemos melhorar, estamos empenhados em fazê-lo, e nunca iremos permitir que isto suceda outra vez”, afirma Winnie Byanyima, diretora executiva da Oxfam International.   

Nesta terça (13), novas acusações surgiram contra o diretor-executivo da Oxfam, Mark Goldring. Segundo o jornal britânico, ele é acusado de ter sido informado de outros abusos relatados por Helen Evans, que trabalhou como responsável global para a Oxfam entre 2012 e 2015. (ANSA)