A Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), de Minas Gerais, e a Secretaria de Meio Ambiente de Brumadinho embargaram temporariamente as operações da Mineração Morro do Ipê, localizada na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A decisão se deveu ao transbordamento de água da mina Tico-Tico, que provocou a transferência de sedimentos para a estrada e suas drenagens adjacentes, atingindo o Córrego Grande, um afluente do Rio Manso.
De acordo com a Feam, o incidente comprometeu o solo da área de preservação ambiental, com possíveis impactos na fauna, flora e nos recursos hídricos da região.
A Mineração Morro do Ipê explicou que as chuvas intensas ocorridas em curto período contribuíram para o evento. A empresa informou ter identificado os pontos de carreamento de sedimentos e que está adotando medidas corretivas.
“Não houve danos às barragens nem risco à população”, declarou, em nota, a companhia. “O ocorrido foi prontamente informado às autoridades. Como medida preventiva, a Feam determinou, em 20/01/2025, a suspensão temporária das operações.”
A mineradora informou também que as barragens estão desativadas, estáveis e monitoradas 24 horas por dia, além de assegurar ter intensificado a manutenção dos sistemas de drenagem e de manter um diálogo contínuo com os órgãos ambientais para garantir o retorno seguro das atividades.
Criada em 2016, a Mineração Morro do Ipê é responsável pela gestão das minas Ipê e Tico-Tico e das unidades de processamento de minério de ferro, localizadas na região de Serra Azul, nos municípios de Brumadinho, São Joaquim de Bicas e Igarapé, em Minas Gerais.
O controle acionário da mineradora é compartilhado entre a Trafigura e a Mubadala. A Trafigura é um dos maiores grupos de comércio de commodities do mundo, enquanto a Mubadala é uma empresa de investimento global com sede nos Emirados Árabes Unidos.