Depois do Santos emitir uma nota oficial, a maior torcida organizada do clube, a Torcida Jovem, também se posicionou sobre a escolha do Allianz Parque como palco da final da Copinha na próxima terça-feira (25).

Na visão da entidade, o estádio, casa do Palmeiras, adversário da final, não é um local neutro para disputa do título. Antes da pandemia e do início da reforma, a decisão da Copinha foi disputada durante anos no Pacaembu, estádio municipal que foi concedido à iniciativa privada.

Nesse sentido, a organizada fez um breve descritivo das dificuldades enfrentadas pela torcida durante a competição e a falta de acesso ás autoridades competentes.

“Desde o início da Copinha nos deparamos com cidades e corpo de segurança absurdamente desproporcionais à grandeza do Santos FC. Falta de respostas em tentativa de contatos, sempre uma imposição diferente na tentativa de barrar ou dificultar a entrada do material previamente documentado, além de todo jogo ficarmos em um setor diferente, também sem aviso”, diz parte da nota oficial.

Além disso, a torcida levantou um ponto importante sobre a segurança dos torcedores. No mesmo dia em que a final será disputada no Allianz Parque entre Palmeiras e Santos, o Corinthians também estreia pelo Paulistão contra a Ferroviária na Neo Química Arena.

O maior problema é que as três torcidas podem se encontrar no principal meio de transporte para os estádios, o metrô de São Paulo. Tanto corinthianos (Corinthians-Itaquera) quanto palmeirenses (Palmeiras-Barra Funda) descem em estações da mesma linha para acessar o local do jogo. Assim como os santistas devem se reunir na quadra da Torcida Jovem, uma vez que a final da Copinha terá somente torcida única. A sede da entidade fica na estação Penha, também na Linha 3-Vermelha do metrô.

A decisão entre Santos e Palmeiras está marcada para às 10h (Brasília), no Allianz Parque, enquanto Corinthians e Ferroviária se enfrentam às 21h na Neo Química Arena.

Leia a nota da íntegra da Torcida Jovem:

A Torcida Jovem do Santos externa a total insatisfação com a falta de organização no gerenciamento do futebol Paulista.

Desde o início da Copinha nos deparamos com cidades e corpo de segurança absurdamente desproporcionais à grandeza do Santos FC.

Falta de respostas em tentativa de contatos, sempre uma imposição diferente na tentativa de barrar ou dificultar a entrada do material previamente documentado, além de todo jogo ficarmos em um setor diferente, também sem aviso.

Somente na semi, após a torcida santista ter que se deslocar 4000km, na possibilidade de se mostrar uma entidade prevenida da clara superlotação do estádio, a FPF confirmou o Anacleto Campanella, parcialmente interditado, que havia registrado problemas na competição, causando enormes filas, num horário péssimo, além de vários Santistas que não conseguiram ver o Santos com a família, em um evento aberto ao público.

Em uma situação de despreparo, foram registradas cenas de policiais agredindo torcedores que comemoravam gol próximo ao portão, do lado de fora.

Além da confirmação arbitrária do jogo na Barra Funda, que fere o princípio de isonomia da competição, potencializada pela privatização do Pacaembu, hoje se tornando um shopping center, mais um espaço do povo destruído pelo interesse burguês!

Com a chegada do Paulistão, nossa estreia terá ingresso a R$120, afastando esse grande povo que não pode pagar 10% de um salário mínimo na entrada.

A cereja do bolo, o teatro da “torcida única”, que da poltrona dos engravatados é o que aparece na telinha.

A cidade terá 3 torcidas se deslocando amanhã. É tapar o sol com a peneira achar que o Santista não se deslocará por não poder ir ao estádio.

Como tradição, não só associados da TJ como diversos torcedores do Peixe irão até a casa do Santista na Capital, nossa Sede.

A estação ao lado de nossa Sede, é da mesma linha que outras duas torcidas usarão para ir à Barra Funda e Itaquera, com jogos no mesmo dia.

Quão eficiente é o boicote aos visitantes? Quão organizada é a organização? Quão segura é a segurança? Até onde os clubes são coniventes?

Quem paga todos sabem.
O povo periférico longe do futebol, a elite lucrando com seus negócios.