Organizações sociais, sindicais e de direitos humanos convocam uma manifestação neste domingo (24) na Argentina, no 48º aniversário do golpe de Estado de 1976, em meio a tensões devido ao questionamento do governo ao tratamento histórico dado à última ditadura, que deixou milhares de desaparecidos e executados.

É a primeira manifestação do chamado Dia da Memória pela Verdade e Justiça desde a posse do presidente de extrema direita Javier Milei, cujo discurso foi considerado por representantes de organizações de direitos humanos como “negacionista” dos acontecimentos ocorridos durante o última ditadura militar na Argentina (1976-1983).

“Seremos milhares de pessoas na marcha, porque no momento que estamos vivendo, com este governo deplorável e negacionista, é quando mais temos que estar mobilizados”, disse nesta quarta-feira Taty Almeida, representante das Mães da Plaza de Mayo Línea Fundadora, dedicada à localização dos desaparecidos.

Durante a sua campanha presidencial, Milei afirmou que nos anos setenta houve “uma guerra” em que se cometeram “excessos”, argumento que para muitos relativiza a existência de um plano sistemático de eliminação de opositores comprovado em centenas de julgamentos, nos quais mais de mil militares foram condenados por crimes contra a humanidade.

tev/lm/llu/aa