Uma organização latina pediu nesta sexta-feira (17) uma investigação sobre a recente morte de uma militar de origem latina que denunciou um assédio sexual no mesmo quartel onde outra soldado foi assassinada em um caso semelhante no Texas.

Ana Basaldua Ruiz, de 20 anos, foi encontrada morta em 13 de março dentro da base militar de Fort Hood onde servia, no sul dos Estados Unidos, segundo informou na quarta-feira a própria organização militar em nota.

“Estamos preocupados com o que a família relatou, que sua filha era objeto permanente de assédio sexual”, disse Analuisa Tapia, representante no Texas da Liga de Cidadãos Latino-americanos Unidos (LULAC, em inglês), nesta sexta-feira, do lado de fora do quartel de Fort Hood, ao norte de Austin.

A mãe de Ana, Alejandra Ruiz, relatou à rede Telemundo que sua filha lhe contou que “um sargento estava assediando ela”, e que era permanentemente importunada. Ela também disse que foi informada oficialmente que sua filha havia “se enforcado”, mas que não acreditou na informação.

Naturalizada americana, Ana Basaldua vivia com seu pai na Califórnia, Estados Unidos, antes de se alistar.

“Supostamente consideraram como um suicídio, nada mais, e que as investigações seriam iniciadas”, afirmou Baldo Basaldua, o pai, à mesma rede.

Em um novo comunicado, o quartel disse na quinta-feira que não há evidências de crime na morte de Ana, mas que as investigações continuam.

“A informação relacionada a qualquer possível assédio será abordada e investigada”, acrescentou o documento.

Os fatos ocorreram no mesmo quartel onde, em 2020, a soldado de pais mexicanos Vanessa Guillen, de 20 anos, foi assassinada depois de denunciar que foi vítima de assédio sexual.

Ela desapareceu em abril de 2020, mas seu corpo desmembrado foi encontrado mais de dois meses depois nos arredores da base.

Dezenas de oficiais foram demitidos e manifestações pediram justiça.

Em janeiro de 2022, o presidente Joe Biden assinou uma ordem executiva para reformar a Justiça Militar e para que violência sexual no Exército seja enquadrada como crime e não como infração administrativa.

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