RISCOS O grande número de candidaturas militares é acompanhado de perto pelo comando armado (Crédito:Eraldo Peres)

A proliferação de candidaturas vinculadas ao meio militar preocupa as Forças Armadas. A instituição está acompanhando atentamente essa evolução. Há mais de cem candidatos aos diversos cargos que têm alguma relação com o meio militar. A preocupação está relacionada com as tensões que essas candidaturas provocam. Teme-se problemas qualquer
que seja o resultado: se tais candidaturas vencerem ou se forem derrotadas. Se vencerem, forçarão uma expectativa da sociedade de que militares no poder podem resolver os diversos problemas que o país enfrenta. Como não há qualquer possibilidade de solução imediata desses problemas, vai haver frustração. Se perderem, avalia-se no meio militar, haverá frustração da mesma forma: tentaram no voto e não conseguiram.

Bolsonaro
No caso específico de Jair Bolsonaro, do PSL, o mais importante desses candidatos, ele mesmo já deixou claro que se valerá ao máximo de militares nos seus ministérios se vencer. Ou seja: lançará uma ideia de que seriam mais capazes do que os civis para a solução dos problemas. Se houver falha, ficará muito comprometida a imagem das Forças Armadas. Esse é o medo dos militares.

Intervenção
É uma preocupação semelhante à da intervenção na segurança do Rio. Gerou a expectativa de que o Exército seria capaz de resolver o problema da segurança pública no Estado, com toda a sua complexidade. As estatísticas de violência até diminuíram. Mas não há como caírem rapidamente num nível que a sociedade de fato perceba uma grande melhora no quadro.

Rápidas

* Em Brasília, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal colocou-se em “estado de alerta” até o domingo 7, dia das eleições. O temor é que os ânimos se acirrem por conta da polarização verificada nas pesquisas entre Jair Bolsonaro, do PSL, e Fernando Haddad, do PT.

* De acordo com a última pesquisa do Ibope, Bolsonaro tem no DF 39%. Ciro Gomes, do PDT, tem 12%, e Fernando Haddad tem 11%. Esses dados foram finalizados no dia 17 de setembro. A tendência é que Haddad ultrapasse Ciro no DF.

* De acordo com um policial civil do Serviço de Inteligência, a tendência identificada é de confronto nesta reta final da campanha política. No sábado 29, está prevista uma grande manifestação do grupo Mulheres contra Bolsonaro.

* No caso dessa passeata e em outros atos, a polícia de Brasília trabalha para evitar que se transformem em batalhas campais. Assim, a decisão tomada foi intensificar a presença ostensiva de policiais militares nas ruas.

O poste reclama

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O PT entrou com uma ação contra um site de Passo Fundo (RS) pedindo a retirada de um texto onde Fernando Haddad era chamado de “poste”. Na representação, o partido reclamava que tal qualificação era pejorativa. Ao decidir sobre a ação, o ministro do TSE, Luiz Felipe Salomão, não acatou o argumento do PT. “A crítica, mesmo que provocante ou desagradável, faz parte do discurso político”, considerou o ministro.

Retrato falado

“Ainda entendemos que essa união é possível” (Crédito:Nilton Fukuda/Estadão)

Na terça-feira 25, uma reunião para tentar a união das candidaturas de centro acabou abortada. A iniciativa do encontro foi do jurista Miguel Reale Jr. A ideia inicial era unir Geraldo Alckmin, do PSDB; Marina Silva, da Rede; Alvaro Dias, do Podemos; João Amoêdo, do Novo, e Henrique Meirelles, do MDB. Juntos, eles somam em torno de 20% das intenções de voto. A reunião não aconteceu, por falta de interesse dos candidatos. O jurista, porém, ainda confia na “concertação”, como diz.

O Centrão se divide

Aos poucos, o Centrão vai se despedindo da candidatura de Geraldo Alckmin e buscando novos rumos dentro da polarização provável entre Jair Bolsonaro, do PSL, e Fernando Haddad, do PT. Diante da impressão de que Alckmin não vai mesmo decolar, os partidos vão se dividir. Parte vai com Bolsonaro, parte com Haddad, conforme, principalmente, suas conveniências regionais. O PSD prepara uma ofensiva em favor do candidato do PSL. Já o PP tende a colar em Fernando Haddad, principalmente no Nordeste, onde o presidente do partido, Ciro Nogueira, por exemplo, já integra a chapa petista no Piauí. O Solidariedade, que inicialmente defendia apoio a Ciro Gomes, do PDT, também deve seguir com Haddad.

O DEM mais ainda

Maior partido do Centrão, o DEM se divide mais ainda. Onix Lorenzoni (RS) já está com o capitão, de quem é coordenador da campanha. Já o presidente do DEM, ACM Neto, resiste. A preocupação maior é manter-se unido no Congresso para viabilizar a reeleição de Rodrigo Maia (RJ) na presidência da Câmara.

Toma lá dá cá

Rogério Rosso (PSD), candidato ao Governo do Distrito Federal

Seu partido apoia Alckmin, mas o senhor declarou esta semana apoio a Jair Bolsonaro…
Pelo cenário de polarização com o PT, entendemos que o Brasil não suportará mais um governo petista. É evidente que a opção será entre Fernando Haddad (PT-SP) e Jair Bolsonaro (PSL-RJ). Fico com Bolsonaro.

Esse movimento, então, pode ser entendido como uma ruptura à posição de seu partido?
O PSDB em Brasília está na candidatura do DEM, e não na minha. Então, nosso partido está liberado para apoiar quem quiser nos estados e aqui no Distrito Federal.

O fato de Bolsonaro liderar as pesquisas no DF pesou para o senhor tomar a decisão de apoiá-lo?
Evidentemente, não.

Saúde de Bolsonaro

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Médicos que acompanham o quadro clínico de Jair Bolsonaro (PSL) afirmam que os próximos quatro dias serão decisivos para determinar em que condições ele poderá disputar a reta final da campanha no primeiro turno e sua provável, segundo as atuais pesquisas de opinião, presença no segundo turno. Tudo depende das reações de seu intestino.

Devolvendo doações

O partido de Bolsonaro está devolvendo R$ 100 mil de doações que recebeu de pessoas físicas. É que tais doações são de empresários. O presidente do partido, Gustavo Bebianno, não quer ser acusado de receber doações irregulares. Entre as doações devolvidas, está a feita pelos donos da rede de restaurantes Coco Bambu, que doaram R$ 40 mil.

O último debate

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O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, tenta convencer seus aliados que o último debate da campanha pode ser o fato novo a promover a virada que ele ensaia sem sucesso desde o início das eleições. O debate será na TV Globo na quinta-feira 4, três dias antes do pleito. Alckmin acha que Fernando Haddad deverá ser o alvo dos ataques