05/04/2024 - 9:00
Uma nuvem mais personalizada para cada segmento empresarial e governamental. Essa é uma das apostas da Oracle para tentar ganhar espaço no mercado de plataformas de cloud. “Entramos com atraso nesse mercado. É estranho dizer isso. Mas isso nos permitiu aprender com os erros e criar uma arquitetura de nuvem do zero, já da forma correta”, afirmou Greg Pavlik, VP Sênior e Diretor da Oracle Cloud, durante o evento Oracle CloudWorld Tour São Paulo, realizado nesta quinta-feira (4) na capital paulista.
A tradicional companhia de software está bem longe dos líderes AWS, Microsoft Azure e Google Cloud quando o assunto é nuvem pública. Para tentar encurtar essa distância, a aposta da companhia está nas nuvens privadas, ambientes criados por grandes empresas e governos para ter mais controle sobre seus dados. “Temos uma solução que permite colocar uma estrutura completa da Oracle Cloud dentro de um data center dos clientes. Chamamos essas instalações de regiões dedicadas. Para muitos clientes ter uma região dedicada é fundamental, devido a regulamentações sobre uso e localização dos dados”, detalha Pavlik.
Além de aproximar sua nuvem dos data centers de clientes, a Oracle aposta forte na personalização das chamadas industry clouds, instalações de nuvem personalizadas para diferentes segmentos da indústria, como setores farmacêutico, agrícola e bancário, entre outros.
“O número de computadores de que precisamos para criar uma região é cada vez menor. E isso começa a chamar a atenção de governos e grande empresas em países em desenvolvimento. Pois o custo para adotar uma nuvem privada cai”, explica Mike Sicilia, VP Executivo para Indústrias da Oracle.
Sicilia explica ainda que a Oracle cada vez mais oferece soluções em nuvem específicas para diferentes setores. “Nosso leque de aplicações é amplo, o que significa que temos soluções personalizadas para setores como hotelaria, alimentos, farmácia e outros. Muitas vezes nossa marca não aparece, pois os clientes preferem colocar suas marcas nas ferramentas. E para nós isso não é um problema”, diz.
Todas essas iniciativas fizeram com que a receita global da divisão de nuvem da Oracle ultrapassasse pela primeira vez a receita de licenças (instalações on premise) em um trimestre fiscal no início deste ano. Na América Latina, 85% da receita da Oracle já vem da divisão de cloud.
IA Generativa
Como não poderia deixar de ser, a IA generativa foi um dos principais assuntos do evento. Segundo Pavlik, a estratégia de IA da Oracle pode ser dividida em três pilares.
– Investimento em superclusters – são redes de chips de alto poder de processamento para rodar aplicações de IA. “Na verdade ninguém compra uma GPU, mas sim um conjunto deles. E garantir essa comunicação em alta velocidade é fundamental. Por isso investimos muito em redes de altíssima velocidade para a comunicação entre esses processadores”, diz o executivo.
– Investimento em IA para os clientes (PaaS)– Neste pilar, o foco é facilitar o uso de aplicações de IA generativa pelas grandes corporações que são clientes da Oracle. “Os modelos de linguagem de IA são poderosos. Mas quando as empresas vão usá-los começam a surgir alguns problemas, como inconsistência de dados e imprecisão de respostas. Por isso estamos trabalhando em parceria com várias empresas que criam os LLMs para que eles sejam aprimorados e mais fáceis de usar”, nota Pavlik.
– IA generativa dentro do SaaS – A Oracle tem um grande conjunto de ferramentas de ERP – como o NetSuite – e outras soluções para empresas que já rodam na nuvem. E todas elas estão ganhando recursos de IA generativa para agilizar processos.