A participação do presidente Jair Bolsonaro na Marcha para Jesus, ontem, em Brasília, evidenciou a preocupação cada vez maior com sua segurança. Além do colete à prova de balas por baixo da camisa azul, artefato que passou a usar recentemente com mais frequência após ser aconselhado por assessores, Bolsonaro apareceu para os cerca de 15 mil presentes cercado por guarda-costas portando pastas-escudo – resistente a disparos de armas curtas, que se desdobra e forma uma barreira contra tiros.

A preocupação ostensiva com a segurança chamou a atenção. Bolsonaro estava em um evento com a parcela considerada mais fiel de seu eleitorado. Questionado sobre o motivo do aparato reforçado, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) disse que não se manifesta sobre protocolos relacionados ao presidente, vice e seus familiares”.

‘Capeta’. Em cima do trio elétrico, Bolsonaro foi Bolsonaro. Defendeu as “maiorias” e o conceito de família tradicional, formada por “homem e mulher”, celebrou o fim da obrigatoriedade de publicação de balanços nos jornais impressos, afirmou que vai “respeitar a inocência das crianças nas salas de aula”, e disse que não existe “essa conversinha de ideologia de gênero”. “Isso é coisa do capeta.”

E citou o Evangelho de Lucas, capítulo 12, versículo 2: “Nada há encoberto que não venha a ser revelado, e oculto que não venha a ser conhecido”, disse o presidente, ao falar sobre a verdade, “tão ausente no nosso meio político”.

Após o evento, em meio a um questionamento sobre a privatização dos Correios, Bolsonaro interrompeu o presidente da estatal, Floriano Peixoto, e cobrou dos jornalistas perguntas sobre Adélio Bispo de Oliveira, o homem que o esfaqueou no ano passado durante a campanha eleitoral. “Estou esperando uma pergunta sobre o Adélio, que tentou me matar”, disse.

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