BARI, 04 JUL (ANSA) – Com o mar às suas costas e cercado por mais de 50 mil fiéis, o papa Francisco rezará pela paz no Oriente Médio em uma praça na enseada de Bari, sul da Itália, no próximo sábado (7), com os patriarcas das igrejas cristãs que são alvos de perseguição nessa parte do planeta.   

“Agora os cristãos são apenas 4% no Oriente Médio”, explicou o arcebispo de Bari-Bitonto, Francesco Cacucci, ressaltando que foi o próprio Papa quem escolheu a cidade, por considerá-la uma “porta para o Oriente” – há um século, essa cifra era de 20%.   

Além disso, Bari guarda as relíquias de São Nicolau, padroeiro da capital da Púglia e o único santo venerado pelas igrejas católica e ortodoxa. “Será uma etapa de fé, mas também um evento político importante”, disse o prefeito Antonio Decaro.   

O encontro no sul da Itália reunirá o patriarca ortodoxo de Constantinopla, Bartolomeu; o patriarca greco-ortodoxo de Alexandria e de toda a África, Teodoro II; o patriarca greco-ortodoxo de Jerusalém, Teófilo III; e um enviado do patriarca de Moscou e de toda a Rússia, Cirilo.   

Francisco chegará em Bari por volta de 8h15 (horário local), de helicóptero. Ele será acolhido por autoridades locais e seguirá de carro para a Basílica de São Nicolau, onde se reunirá com os patriarcas e líderes das comunidades cristãs do Oriente Médio.   

Juntos, eles descerão à cripta do templo para a veneração das relíquias do santo. Às 9h15, o Pontífice e os patriarcas, em um veículo descoberto, símbolo da concórdia entre as igrejas, irão ao local da oração, na beira-mar de Bari.   

A homilia será lida em italiano, inglês, árabe, siríaco e armênio e terá a presença de pelo menos 50 mil fiéis, número de ingressos já entregues pelas paróquias. Também haverá um telão no lado de fora da Basílica de São Nicolau, para onde o Papa e seus colegas voltarão, às 10h30, para um diálogo a portas fechadas.   

Depois de meia hora, Francisco lerá uma mensagem no altar do templo e, em seguida, crianças farão voar uma pomba ao lado de cada patriarca. Às 13h30, os religiosos almoçarão na Arquidiocese de Bari, com um cardápio de pratos típicos da Púglia.   

Em um coletiva para apresentar o evento, o prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, cardeal Leonardo Sandri, disse que o encontro será uma “chamada às consciências dos poderosos do mundo”, para que se dê fim à violência no Oriente Médio.   

Sandri também não excluiu a hipótese de realizar uma segunda edição da cúpula, mas envolvendo representantes muçulmanos e judeus. “Desta vez, quisemos colocar em destaque a solidariedade entre os cristãos sobre a situação no Oriente Médio”, disse.   

A reaproximação das igrejas cristãs é um dos objetivos declarados do Pontificado de Francisco, que recentemente participou de um encontro ecumênico em Genebra, Suíça. (ANSA)