Opositores do presidente Donald Trump se reunirão neste sábado (18) em manifestações convocadas de Nova York a San Francisco sob o lema “No Kings” (“Sem Reis”), alguns meses após uma jornada de protesto em que milhões de pessoas saíram às ruas.
“O presidente acredita que seu poder é absoluto. Mas nos Estados Unidos não temos reis e não cederemos ao caos, à corrupção e à crueldade”, afirma o movimento “No Kings”, que reúne quase 300 organizações, em seu site.
Mais de 2.700 manifestações estão programadas de costa a costa, de grandes cidades até pequenas localidades, e até mesmo perto da residência de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, onde o presidente passará o fim de semana.
Milhões de pessoas participaram dos protestos de 14 de junho, depois que Trump ordenou o envio de tropas a Los Angeles, uma medida que levou seus críticos a acusá-lo de agir como um ditador.
Os protestos de junho representaram o dia de manifestações com mais pessoas nas ruas desde que o republicano voltou à Casa Branca, em janeiro.
Em junho, Trump prometeu usar uma força “muito grande” se os manifestantes tentassem interromper um desfile militar em Washington DC.
Desde então, ele ampliou o envio de tropas a cidades americanas, o que revoltou seus críticos.
A resposta de Trump à convocação dos protestos para este sábado foi mais moderada. “Dizem que se referem a mim como um rei. Eu não sou um rei”, declarou ao canal Fox News.
Mas seus principais aliados no Partido Republicano se mostraram mais combativos. O presidente da Câmara de Representantes, Mike Johnson, chamou a jornada de protesto de manifestação de “Ódio aos Estados Unidos”.
“Vão reunir marxistas, socialistas, defensores dos Antifa, anarquistas e a ala pró-Hamas do Partido Democrata de extrema esquerda”, declarou.
O congressista democrata Glenn Ivey rejeitou o termo “ódio”.
“Entendo por que estão nervosos e tentam apresentá-lo de forma negativa. É realmente uma resposta ao que eles estão fazendo: minar o país, destruir o Estado de Direito e enfraquecer nossa democracia”, acrescentou.
– “País de iguais” –
Além de cidades importantes como Washington, Boston, Chicago, Atlanta e Nova Orleans, protestos foram convocados em pequenas localidades dos 50 estados e até mesmo no Canadá.
Na quinta-feira, Deirdre Schifeling, diretora política e de defesa da União Americana pelas Liberdades Civis, afirmou que os manifestantes querem transmitir que “somos um país de iguais”.
“Somos um país de leis aplicadas a todos, do devido processo e da democracia. Não seremos silenciados”, afirmou.
Leah Greenberg, cofundadora do Projeto Indivisível, criticou os esforços da administração Trump para enviar a Guarda Nacional às cidades do país, reprimir migrantes sem documentos e processar opositores políticos.
“É o manual clássico do autoritarismo: ameaçar, difamar e mentir, assustar as pessoas para que desistam”, disse Greenberg. “Não seremos intimidados”, acrescentou.
O ator Robert De Niro, vencedor do Oscar e um conhecido crítico de Trump, convocou os manifestantes.
“Tivemos dois séculos e meio de democracia (…) muitas vezes desafiadora, às vezes confusa, sempre essencial”, afirmou De Niro em um vídeo.
“Agora temos um aspirante a rei que quer nos roubá-la: o rei Donald I”, disse.
“Estamos nos levantando novamente, levantando nossas vozes de forma não violenta para declarar: Sem Reis”.