Um novo grupo político húngaro afirmou nesta sexta-feira que colheu mais de 250 mil assinaturas numa petição que pede um referendo para decidir se Budapeste manterá sua candidatura aos Jogos Olímpicos de 2024. Em dois momentos diferentes, a Suprema Corte da Hungria já rejeitou referendos sobre o tema. Na última delas, porque já não havia tempo hábil para a votação.

De acordo com o Momentum Movement (“Movimento do Momento”), um grupo de jovens entre 20 e 30 anos, a petição alcançou 266.151 assinaturas, muito mais do que o mínimo de 138 mil assinaturas exigidas, de acordo com a agência de notícias The Associated Press.

“Mais de 250 mil signatários vieram conosco, então esse dinheiro deve ser gasto em hospitais modernos e escolas bem equipadas no lugar da Olimpíada”, disse Andras Fekete-Gyor, porta-voz do Momentum. Para ele, as autoridades serão “covardes” se tentarem bloquear o referendo.

Na prefeitura de Budapeste, Fekete-Gyor cobrou que o primeiro-ministro Viktor Orban e o prefeito Istvan Tarlos garantam a realização do referendo, afastando as possibilidades de impedimento. “Não perguntar a opinião das pessoas a respeito da organização de uma Olimpíada na Hungria é uma grande omissão da parte deles”, afirmou.

Mais cedo, pela primeira vez o prefeito admitiu a possibilidade de retirada da candidatura se uma quantidade de pessoas desse suporte ao referendo. Considerou uma traição, entretanto, a oposição ter abandonado o apoio à candidatura.

No fim de 2015, o legislativo municipal de Budapeste rejeitou o referendo em uma disputa apertada, com 16 votos contra e 14 a favor. Depois, a “Kuria”, como é chamada a Suprema Corte húngara, rejeitou duas vezes a votação. Uma, por não concordar com a pergunta, que era supérflua. Outra, porque não haveria tempo de desistir da candidatura.

A escolha da sede dos Jogos Olímpicos de 2024 vai acontecer em setembro, em Lima, no Peru. Além de Budapeste, concorrem Los Angeles e a cada vez mais favorita Paris.