Opositora venezuelana María Corina Machado vence Nobel da Paz

ROMA, 10 OUT (ANSA) – A política e ativista María Corina Machado, líder da oposição na Venezuela, conquistou nesta sexta-feira (10) o Prêmio Nobel da Paz, anunciado em uma cerimônia em Oslo, na Noruega.   

Segundo o Comitê Norueguês do Nobel, ela foi escolhida por conta de seu “trabalho incansável para promover os direitos democráticos do povo venezuelano e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”.   

“O Prêmio Nobel da Paz de 2025 vai para uma corajosa e comprometida defensora da paz – para uma mulher que mantém a chama da democracia acesa em meio à crescente escuridão. Como líder do movimento pela democracia na Venezuela, María Corina Machado é um dos exemplos mais extraordinários de coragem civil na América Latina nos últimos tempos”, disse a instituição.   

Com 57 anos de idade, Corina Machado é natural de Caracas, professora e engenheira e atuou como deputada entre 2011 e 2014, quando teve seu mandato cassado pelo regime chavista.   

Em 2023, ganhou projeção mundial ao vencer as primárias da oposição com cerca de 90% dos votos, sendo escolhida para desafiar o presidente Nicolás Maduro nas eleições do ano seguinte. Corina Machado, no entanto, teve a candidatura cassada pela Justiça Eleitoral e acabou substituída por Edmundo González Urrutia, que foi derrotado em uma votação contestada até hoje pela oposição e por parte da comunidade internacional, já que o governo escondeu as atas eleitorais do pleito.   

“Estou em choque”, disse a opositora em um vídeo após o anúncio do Nobel da Paz. “Esse é um prêmio para todo um movimento”, acrescentou Corina Machado, que vive na clandestinidade na Venezuela para não ser presa pelo regime Maduro.   

“Machado tem sido uma figura-chave e unificadora em uma oposição política que antes era profundamente dividida – uma oposição que encontrou um ponto em comum na reivindicação por eleições livres e um governo representativo. É precisamente isso que está no cerne da democracia: nossa disposição compartilhada de defender os princípios do governo popular, mesmo discordando.   

Em um momento em que a democracia está ameaçada, é mais importante do que nunca defender esse ponto em comum”, salientou o Comitê do Nobel.   

De acordo com a instituição, a ativista mostrou que as “ferramentas da democracia também são as ferramentas da paz” e representa “a esperança de um futuro diferente, onde os direitos fundamentais dos cidadãos sejam protegidos e suas vozes sejam ouvidas”. “Nesse futuro, as pessoas finalmente serão livres para viver em paz”, acrescentou. (ANSA).