Um líder de campanha da opositora María Corina Machado foi detido na Venezuela sem que até o momento se conheçam as causas de sua prisão, denunciou neste sábado (9) a própria líder da oposição que aspira às presidenciais apesar de sua inabilitação.

“Denuncio […] que o regime de Nicolás Maduro sequestrou nosso Diretor do Comando de Campanha do estado de Barinas, Emill Brandt”, disse Machado na rede social X, com o que já somam quatro os dirigentes de seu partido detidos.

Machado fez uma visita nesta mesma semana por Barinas (oeste), estado natal do falecido presidente Hugo Chávez, como parte de sua campanha para as eleições presidenciais do próximo 28 de julho, às quais aspira se apresentar, apesar de na prática não poder após ter sido inabilitada por 15 anos pela justiça eleitoral.

Segundo o partido de Machado, Vente Venezuela, Brandt estava sendo “perseguido” desde janeiro por agentes policiais.

“Ele foi detido durante a madrugada deste 9 de março. Familiares desconhecem seu paradeiro”, acrescentou o partido.

Em janeiro, três dirigentes regionais da equipe de campanha de Machado foram detidos acusados de estarem supostamente relacionados com planos conspirativos contra o governo de Maduro.

Os três dirigentes encontram-se detidos na sede de El Helicoide, uma temida prisão do serviço de inteligência que organizações de direitos humanos qualificam como “centro de torturas”.

Machado disse que esta nova detenção constitui “uma violação mais ao já pisoteado” acordo de Barbados assinado entre o governo e a oposição para a celebração das presidenciais.

Isso “demonstra que Maduro optou por seguir ‘pelo caminho errado'”, acrescentou.

A dirigente também denunciou ataques nos atos de campanha que começou a realizar há meses, antes da celebração das primárias opositoras de 22 de outubro, nas quais obteve uma contundente vitória.

Apesar do acordo anunciado para rever a inabilitação de dirigentes opositores em uma negociação em que foi chave os Estados Unidos, a inabilitação de Machado foi ratificada por supostos atos de corrupção.

Maduro chamou Machado de “dona violência”, depois que a Procuradoria divulgou um vídeo no qual um dos detidos pelos “planos conspirativos” mencionava a ex-deputada liberal, embora o áudio, naquele momento, seja coberto por um apito.

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