O dirigente opositor venezuelano Julio Borges iniciará, na semana que vem, uma turnê pela América Latina para pressionar por garantias frente às eleições presidenciais antecipadas de 22 de abril.

“Faremos uma viagem por Brasil, Chile, Argentina, México, Panamá, entre outros países, para conquistar as condições que permitam eleições livres, justas e dentro da Constituição”, apontou Borges em carta publicada nesta quarta-feira em suas redes sociais.

Sua equipe de imprensa informou à AFP que ainda estão sendo organizados os dias em que o deputado estará em cada país, onde está previsto se reunir com presidentes e chanceleres.

Embora na carta Borges tenha negado que sua intenção seja buscar asilo, o presidente Nicolás Maduro assegurou mais tarde que o líder opositor já formulou tal solicitação.

“Me informaram oficialmente que o senhor Julio Borges pediu asilo fora do país. Lamento muito, queria ele como candidato presidencial”, afirmou o presidente em um ato solene no Tribunal Supremo de Justiça.

O ex-líder do Parlamento afirmou que não pediu nem pedirá “asilo em nenhum país”. “Farei uma turnê muito importante para buscar apoio e conseguir as condições para eleições presidenciais justas”, ressaltou.

Borges liderou a delegação opositora em um diálogo fracassado com o governo o presidente e candidato à reeleição, Nicolás Maduro, em Santo Domingo.

As partes não conseguiram acordar as condições para as presidenciais adiantadas pela Assembleia Constituinte que rege o país. Tradicionalmente, o pleito acontece em dezembro.

As negociações fracassadas entre o governo e a oposição se desenrolaram entre 1 de dezembro e 7 de fevereiro e buscavam saídas para a grave crise política e socioeconômica do país petroleiro.