O opositor russo preso Alexei Navalny, recentemente transferido para uma colônia penal no Ártico, anunciou nesta terça-feira (9) que foi colocado novamente em isolamento durante uma semana.

O ativista anticorrupção chegou a esta unidade prisional localizada em Yamalia-Nenetsia no final de dezembro, após uma longa viagem de transferência que durou 20 dias, período que seus familiares ficaram sem receber notícias, o que suscitou receios no exterior.

Seus apoiadores afirmam que as autoridades russas estão tentando isolá-lo ainda mais nas vésperas das eleições presidenciais de março, que o presidente russo, Vladimir Putin, parece ter vencido antecipadamente.

Nesta terça-feira, Navalny anunciou nas redes sociais que foi submetido a “sete dias de isolamento” por não se ter identificado corretamente.

O opositor de 47 anos, inimigo número um de Putin, cumpre 19 anos de prisão por “extremismo”.

Ele foi detido em janeiro de 2021 ao retornar à Rússia, depois de se recuperar na Alemanha de um envenenamento que, segundo ele, foi planejado pelo Kremlin. Desde então tem alternado entre um regime em isolamento com condições de detenção mais ou menos rigorosas.

Kira Iarmich, sua porta-voz, afirmou que esta foi a sua 24ª permanência em uma cela solitária, de um total de 273 dias.

O opositor publicou uma foto do minúsculo pátio cercado da prisão, onde pode caminhar bem cedo pela manhã, quando as temperaturas são muito baixas.

Navalny citou com ironia o “maravilhoso ar fresco que sopra no pátio apesar da parede de concreto”, apontando temperaturas de 32 graus negativos.

A colônia penal para a qual foi transferido, apelidada de “Lobo Polar”, é um estabelecimento herdado do Gulag soviético.

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