O opositor Manuel Rosales, adversário de Hugo Chávez em 2006, defendeu, nesta terça-feira (26), sua candidatura às eleições na Venezuela, às quais se apresentou de última hora e sem contar com o aval da líder da oposição María Corina Machado, que foi impedida de concorrer.

“Tive que tomar uma decisão que era abrir um espaço para os venezuelanos votarem, ou partimos para a abstenção e que [o presidente Nicolás] Maduro fique lá por mais seis anos sem fazer mais nada”, disse Rosales em entrevista coletiva, suas primeiras declarações à imprensa após inscrever sua candidatura presidencial, passada a meia-noite.

Rosales, de 71 anos, inscreveu sua candidatura de última hora por seu partido Um Novo Tempo (UNT), depois que o acesso à plataforma automatizada para incluir candidatos foi bloqueado. A Plataforma Unitária Democrática (PUD) – que reúne os principais partidos opositores, incluído o UNT – jamais conseguiu ter acesso e não pôde inscrever Corina Yoris.

Yoris, uma acadêmica de 80 anos, tinha sido indicada por Machado para substitui-la diante de sua inabilitação política.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ainda não se pronunciou sobre o bloqueio denunciado pela PUD, que não disse até agora se apoiará Rosales.

María Corina Machado reiterou nesta terça-feira que sua candidata é a acadêmica Yoris e evitou se dirigir diretamente a Rosales.

“Minha palavra de reconhecimento a María Corina Machado, uma lutadora social que teve e percorreu um caminho difícil, e não apenas a ela, à sua equipe de trabalho […] minhas palavras de apreço, de muito respeito à doutora Corina Yoris”, indicou Rosales, que não descartou seguir as diretrizes da aliança.

“Se a plataforma pedir, acordar, decidir qualquer coisa, eu estou na plataforma e dela não me mexo nem um milímetro”, sustentou.

ba/jt/nn/aa/mvv/rpr