Opositor alemão diz que nunca irá colaborar com extrema direita

BERLIM, 3 FEV (ANSA) – O líder de centro-direita Friedrich Merz, favorito nas eleições que vão definir o próximo chanceler da Alemanha em 23 de fevereiro, afirmou nesta segunda-feira (3) que nunca irá colaborar com o partido Alternativa para a Alemanha (AfD).   

A declaração foi dada no congresso da legenda conservadora União Democrata-Cristã (CDU), em Berlim, um dia após dezenas de milhares de pessoas se reunirem para protestar contra Merz, que propôs um enrijecimento de regras de imigração na Alemanha e recebeu apoio do partido de extrema-direita.   

“Podemos garantir uma coisa: não colaboraremos com o partido que se autodenomina Alternativa para a Alemanha, nem antes nem depois. Nunca”, declarou Merz, que foi ovacionado pelos presentes.   

O candidato ao cargo de chanceler reforçou que o “AfD se reconhece contra tudo” o que o seu “partido e o país construíram”, como por exemplo o euro e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).   

Por isso, Merz enfatizou que fará “tudo” para tornar o partido “o menor possível”. “Não haverá cooperação, nem concessões, nem governo minoritário. Absolutamente nada”, insistiu, dizendo que queria enviar o AfD “para as margens, onde ele pertence”.   

Durante seu discurso, o político alemão disse ainda que está “muito determinado” e vencerá as eleições “com um excelente resultado”, principalmente porque “está pronto para liderar o país”.   

“O governo liderado pelo nosso partido começará a trabalhar imediatamente, sem perder tempo, e abordaremos os problemas que há muito tempo atormentam nosso país”, garantiu.   

O CDU já aprovou um “Plano para a Alemanha” e o congresso de hoje deve publicar um programa de medidas imediatas que o futuro governo aprovará assim que assumir o poder. Esperam-se medidas, em particular, para conter a imigração irregular.   

Na semana passada, Merz chegou a apresentar uma moção e um projeto de lei anti-imigração no Bundestag, com o apoio do Partido Liberal Democrático (FDP), da legenda populista de esquerda Aliança Sahra Wagenknecht (BSW) e do AfD.   

Poucos dias depois, os partidos aprovaram a moção não vinculativa. Apesar da onda de protestos, Merz forçou a votação da proposta chamada “Lei do Fluxo Migratório”, que acabou sendo rejeitada pela maioria dos parlamentares. (ANSA).