A oposição venezuelana pediu nesta quinta-feira (5) em Madri para que sejam limitadas as operações em petros, a nova moeda promovida pelo governo de Nicolás Maduro, e que a comunidade internacional amplie as sanções contra altos funcionários do poder chavista.

Em uma coletiva de imprensa na Casa América de Madri, o ex-prefeito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, pediu para “limitar as operações financeiras com uma moeda ilegal como é o petro”.

Essa criptomoeda foi lançada por Caracas para enfrentar os problemas de liquidez e as sanções dos Estados Unidos contra os bônus soberanos da Venezuela e os de sua petroleira estatal, PDVSA. Washington, no entanto, já proibiu seus cidadãos e empresas que negociem com essa criptomoeda.

Ledezma estava acompanhado por ex-presidente do governo espanhol Felipe González (1982-1996), o ex-presidente da Assembleia Nacional venezuelana Julio Borges, o coordenador político do partido Vontade Popular, Carlos Vecchio, e o opositor Lester Toledo.

Ledezma, Vecchio e Borges iniciaram nesta terça-feira na França uma viagem europeia para pedir os governos da região que não reconheçam as eleições presidenciais de 20 de maio em Venezuela, nas que Maduro aspira a repetir o mandato e que segundo a oposição são um fraude.

Temos a “obrigação” de exercer “toda a pressão antes de 20 de maio para conseguir o desconhecimento total desse fraude”, as eleições, que representam “a destruição total da democracia”, declarou Borges, horas antes de um encontro com o chanceler espanhol Alfonso Dastis e com Mariano Rajoy, o presidente do governo.

Vecchio explicou à AFP, na reunião com Rajoy formularam uma “petição formal” de que desconheça os resultados das eleições presidenciais de 20 de maio.

Rajoy evitou ser mostra taxativo, e em uma mensagem em uma conta do Twitter reiterou seu apoio aos opositores venezuelanos e pediu garantias nessas eleições.

“O povo venezuelano continua contando com o apoio da Espanha na defesa da liberdade, do progresso, dos direitos humanos e eleições democráticas com plenas garantias”, escreveu o governo espanhol.

Como parte da pressão contra as eleições, Ledezma acrescentou que eles pedem que “aprofundem as sanções”, uma demanda também abordada na reunião com Rajoy.

González pediu a Henri Falcón, único rival de Maduro nas eleições de 20 de maio, que não se apresente.

Após a Cúpula de Lima, Vecchio, Borges e Ledezma prosseguirão no périplo europeu, passando por Alemanha, Bélgica e Itália.