A oposição venezuelana convocou nesta sexta-feira (4) um protesto para 16 de maio a fim de rechaçar as eleições presidenciais que acontecerão quatro dias depois, nas quais o presidente Nicolás Maduro tentará se reeleger.

“Convocamos todo o país para uma concentração pacífica para deixar claro o que significam as presidenciais de 20 de maio: que são um processo fraudulento”, disse em entrevista coletiva o deputado Juan Andrés Mejía, em nome da Frente Ampla.

Essa plataforma, que agrupa a coalizão de partidos Mesa da Unidade Democrática (MUD), sindicatos, chavistas dissidentes e organizações sociais, também tem prevista a realização de assembleias cidadãs na próxima semana.

O grupo prometeu manter as manifestações após a eleição que, na contramão da MUD, será disputada pelo opositor Henri Falcón.

“A luta da Frente Ampla não acaba em 20 de maio. Se aprofunda e continua a partir dessa data. Ficar em casa não nos traz outro resultado além do que temos hoje: sofrimento, dor e mais miséria”, afirmou Mejía.

Sergio Sánchez, chavista dissidente, pediu que “tomem as rédeas do destino” do país para enfrentar uma eleição que, assegurou, carece de garantias.

“Inabilitam candidatos, impedem a inscrição de partidos, ameaçam as pessoas de tirar delas as caixas de comida (subsidiada) se não votarem pelo governo. Demostraremos ao mundo que o governo perdeu a legitimidade de desempenho. É inevitável em médio prazo que se sustente”, acrescentou.

Após os protestos opositores de 2017 que deixaram 125 mortos, as mais recentes convocações da Frente Ampla se caracterizaram por uma baixa participação, em um momento em que a oposição está dividida.

Na quinta-feira, a MUD defendeu a abstenção e pediu que Falcón retire a sua candidatura.