A oposição da Venezuela anunciou, nesta segunda-feira (16), um “amplo e plural processo de primárias” em 2023, para escolher o candidato que disputará as eleições presidenciais um ano depois.

“A luta unitária tem como objetivo fundamental chegar a mudança política, entendendo que é o único caminho verdadeiro para parar o sofrimento de milhões de venezuelanos”, expressou a Plataforma Unitária, que reúne os principais partidos opositores.

“A candidata ou candidato presidencial das forças democráticas será escolhido por um amplo e plural processo de primárias que se realizará no ano de 2023”, afirmou o texto.

“A partir deste momento daremos início a um profundo processo de consultas com todo o país para finalmente construir juntos este poderoso mecanismo de escolha da candidata ou candidato unitário”.

As eleições para presidente na Venezuela estão previstas para 2024, seis anos depois da reeleição de Nicolás Maduro em 2019, em um processo que a oposição e dezenas de países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos e a União Europeia, não reconheceram e classificaram o pleito como fraudulento.

Esse desconhecimento foi, de fato, o argumento para que o líder opositor Juan Guaidó juramentasse em 2019, na condição de chefe do Parlamento, como presidente encarregado com amplo reconhecimento internacional, mesmo que na prática o poder sempre residiu em Maduro.

A autoridade eleitoral -que após uma reforma tem representação opositora em seu diretório, mas segue controlada pelo chavismo- não anunciou um calendário para as próximas eleições.

Já os principais partidos de oposição participaram nas regionais do ano passado, sem apoio expressado de Guaidó, depois de boicotar as presidenciais de 2018 e as legislativas de 2020.

Guaidó “não descarta” ser um dos candidatos no processo das primárias, segundo uma fonte. Maduro deve, a princípio, buscar um terceiro mandato em 2024.