Oposição quer audiência pública para discutir privatização da Cedae

Oposição quer audiência pública para discutir privatização da Cedae

Deputados estaduais do PSOL entraram na Justiça com um mandado de segurança para ampliar os debates sobre a proposta de privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), feita pelo governo do Rio de Janeiro. O projeto de lei está em tramitação na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

Segundo o líder do partido, Marcelo Freixo, são necessárias audiências públicas para que a população e os municípios participem da discussão. “Não se pode privatizar sem debate uma empresa tão importante, que atinge 64 municípios do estado do Rio. Nenhum município foi consultado. Então, não é razoável votar [o projeto] de forma apressada, como o governo quer.”

O líder do PMDB, Rafael Picciani, no entanto, defendeu a privatização da Cedae e disse que é importante para garantir o pagamento dos salários dos servidores do estado, que têm sofrido atrasos. De acordo com ele, estado e governo federal costuraram acordo para recuperação do estado, não só pondo os salários em dia, mas suspendendo por 36 meses a dívida com a União. “Os parlamentares entendem a importância de consolidar e pôr em dia os salários dos servidores.”

A previsão inicial era votar o projeto hoje (7), mas a discussão foi adiada para quinta-feira. Também ficou para o mesmo dia a discussão da proposta do governo de reajustar em 7,53% o piso salarial de mais de 170 categorias de trabalhadores da iniciativa privada.

Vigília

Deputados da oposição discursaram para manifestantes contrários à privatização da Cedae que estavam do lado de fora da Alerj. Servidores públicos também voltaram a protestar hoje contra as medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo estadual. Não houve incidentes.

Os funcionários da Cedae iniciaram hoje paralisação por 72 horas e marcaram um ato para quinta-feira (9), quando o projeto de venda da empresa será discutido.

Em nota, a Cedae disse que “informações sobre privatização devem ser obtidas com o acionista majoritário, o governo do estado”.