As bancadas do PT e do PSOL na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) protocolaram nesta quarta-feira, 30, um pedido de impeachment contra o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O processo ocorre após declarações de Tarcísio, sugerindo um suposto apoio do Primeiro Comando da Capital (PCC) à campanha de Guilherme Boulos (PSOL).

Na avaliação dos deputados, o governador cometeu um crime de responsabilidade ao fazer as declarações. Eles afirmam que não há provas para as acusações e que o governador utilizou o cargo para propagar informações falsas.

As bancadas também questionam a falta de envio de supostas provas da associação à Polícia Federal. Ao site IstoÉ, o deputado Paulo Fiorillo (PT) declarou que Tarcísio, antes de fazer tais afirmações, tinha o dever de enviar os documentos.

A representação deve chegar à Mesa Diretora ainda nesta quarta-feira. Fontes ligadas ao presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), André do Prado (PL), garantem que a proposta não deve avançar.

Fala de Tarcísio

O governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que integrantes da facção criminosa PCC teriam orientado eleitores a votarem em Guilherme Boulos (PSOL) para a prefeitura de São Paulo. A fala foi dada após votar ao lado do prefeito Ricardo Nunes (MDB) no último domingo, 27.

A declaração foi baseada em matérias jornalísticas que mencionam uma suposta carta do PCC orientando o voto no candidato do PSOL. A autoria do documento não foi confirmada pela Polícia Civil, e Tarcísio não apresentou outras provas para sustentar a fala.

Após a declaração, a campanha de Guilherme Boulos entrou com um pedido de investigação contra o governador paulista no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). Boulos afirmou acreditar que a ação foi coordenada e vê intenção de interferir no resultado das eleições, que reelegeu Nunes.