19/09/2016 - 18:56
Ao menos 50 pessoas morreram pela ação das forças policiais durante as manifestações na República Democrática do Congo, denunciou nesta segunda-feira (19) a oposição, que foi às ruas para pedir a saída do presidente Joseph Kabila.
“A Assembleia lamenta a morte de inúmeras vítimas, mais de 50”, denunciou a coalizão de oposição em um comunicado no qual pediu que as manifestações continuem na terça-feira (20).
O texto reafirma a vontade da oposição de “intensificar e ampliar a mobilização popular até a saída definitiva de Joseph Kabila”.
Durante o dia, o Ministério do Interior informou que 17 pessoas morreram pela violência – 14 civis e três policiais, sendo que um deles foi queimado vivo.
“A cidade de Kinshasa acaba de enfrentar um movimento de insurreição que fracassou”, afirmou o ministro do Interior, Évariste Boshab, que acusou os manifestantes de terem decidido deliberadamente não respeitar o itinerário definido pelas autoridades.
Os protestos desta segunda-feira tinham como objetivo dar um “pré-aviso” a Kabila, três meses antes do final de seu mandato, previsto para 20 de dezembro, e exigir a convocação de eleições presidenciais.
Kabila, no poder desde 2001, está impedido constitucionalmente de se candidatar para um novo mandato, mas não tem dado sinais de que irá deixar o cargo.
O chefe da diplomacia francesa, Jean-Marc Ayrault, qualificou a situação no país africano como “muito perigosa e extremamente preocupante”.
“A ordem constitucional deve ser respeitada”, disse Ayrault aos jornalistas em Nova York, à margem da reunião da ONU. “O que preocupa é a data das eleições”, acrescentou.
O porta-voz do Departamento de Estado americano, John Kirby, disse que os Estados Unidos estão “decepcionados” pela negativa da comissão eleitoral de definir uma data para a votação e “profundamente alarmado” com a violência.