Deputados da oposição criticaram nesta terça-feira, 14, a declaração do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, de que o governo Michel Temer escolhe seus auxiliares com base no número de votos no Congresso. A afirmação foi feita pelo ministro na semana passada durante palestra na Caixa Econômica Federal.

Como revelou a Coluna do Estadão, Padilha disse que trocou votos na Câmara pela escolha do atual ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP). No evento, o ministro relatou que disse ao PP: “A Saúde é de vocês, mas gostaríamos de ter um notável”. O partido teria respondido: “Diz para o presidente que nosso notável é o deputado Ricardo Barros (PR)”. Padilha afirmou: “Vocês garantem todos os votos do partido nas votações?”. “Garantimos”, respondeu o PP. “Então o Ricardo será o notável”, disse Padilha.

Nesta terça-feira, em nota, o ministro afirmou que nas democracias é “normal” a ocupação de cargos por partidos que compõem a base de sustentação do governo, como é o caso do PP.

Para o líder do PSOL na Câmara, Glauber Braga (RJ), a declaração de Padilha mostrou que o governo Temer é “do vale-tudo”. “Fazem tudo que é possível para se sustentar no governo, para se blindar e manter aquilo que poderia ser chamado de maioria parlamentar”, disse.

“Isso mostra que está escancarado esse processo de loteamento, que foi usado para chegar ao governo e é cada vez mais usado por ele (Temer) para se manter no governo”, criticou o deputado Henrique Fontana (PT-RS), vice-líder da minoria na Câmara. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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