17/09/2024 - 17:31
Friedrich Merz preside a CDU, partido da ex-chanceler Merkel e favorito nas pesquisas. Ele deve concorrer contra Olaf Scholz nas eleições gerais de 2025. Anúncio foi feito em conjunto com líder do partido-irmão CSU.O presidente da União Democrata Cristã (CDU), Friedrich Merz, será o candidato conjunto de seu partido e da União Social Cristã (CSU) nas eleições gerais alemãs do próximo ano, onde deve enfrentar o chanceler federal alemão e social-democrata Olaf Scholz.
O anúncio foi feito nesta terça-feira (17/09) por Merz e pelo presidente da CSU e primeiro-ministro da Baviera, Markus Söder, que também era pré-candidato.
"A questão da candidatura foi decidida. Friedrich Merz será o candidato, e eu o apoio", disse Söder em uma apresentação conjunta na representação do governo da Baviera em Berlim.
Merz, por sua vez, lembrou que sempre foi dito que uma decisão conjunta seria anunciada até o final do verão europeu de 2024 pelos líderes dos dois partidos. "Agora temos a decisão conjunta", disse ele.
A balança começou a pender para o lado de Merz depois que o governador da Renânia do Norte-Vestfália, Hendrick Wüst, que era visto como o terceiro candidato, anunciou que não concorreria à indicação e se manifestou a favor do líder de seu partido.
Wüst reiterou seu apoio a Merz nesta terça em uma aparição conjunta com o governador de Schleswig-Holstein, Daniel Günther, pouco antes de os dois líderes partidários fazerem o anúncio oficial. Ele era visto por alguns membros da CDU como uma alternativa mais carismática a Merz, um advogado sem experiência em cargos de governo.
Merz atuou em conselhos corporativos, incluindo a filial alemã da trilionária BlackRock, maior gestora de ativos do mundo. Ele ingressou na CDU aos 17 anos e por muito tempo foi visto como uma figura polarizadora no partido.
Agora, Merz disse que quer levar os conservadores de volta ao poder "com políticas que coloquem a Alemanha novamente na liderança, com políticas que façam este país voltar a funcionar e com políticas que talvez também possam nos deixar orgulhosos de nosso país novamente".
Conservadores são favoritos na eleição de 2025
A CDU e a CSU são partidos separados, mas formam um grupo parlamentar conjunto e sempre apresentam um candidato comum nas eleições gerais. A CSU apresenta listas apenas na Bavária, onde a CDU não se candidata.
Por duas vezes o candidato comum veio da CSU: em 1980 com Franz Josef Strauss e em 2002 com Edmund Stoiber.
Wüst e Günther, que reuniram o apoio de lideranças regionais do partido à candidatura de Merz, têm coalizões com os verdes em seus respectivos estados, um modelo que Söder rejeitou publicamente.
Faltando um ano para as eleições gerais, a CDU/CSU é a clara favorita, embora pareça ser uma constelação difícil quando se trata de formar um governo.
Merz disse descartar no momento uma coalizão com os verdes. "Se houverem mudanças nos próximos 12 meses, poderemos repensar." Tradicionalmente, o parceiro natural de coalizão da CDU/CSU tem sido o Partido Liberal (FDP), que agora faz parte da coalizão tripartite de Scholz com o Partido Social-Democrata (SPD) e o Partido Verde.
O FDP, de acordo com a maioria das pesquisas, poderia cair para menos de 5% e, assim, ficar sem representação parlamentar, de modo que a CDU teria que buscar uma aliança com o SPD ou com os verdes, ou mesmo com ambos.
Uma coalizão com a ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD), que as pesquisas colocam em segundo lugar, foi descartada por uma resolução do congresso da CDU.
O SPD de Scholz está em terceiro lugar nas pesquisas, com metade das intenções de voto da CDU/CSU, mas alguns analistas lembram que ainda falta um ano para a eleição e que, em 2021, os social-democratas conseguiram passar do terceiro para o primeiro lugar na reta final da campanha.
"Acho que é bom que o Sr. Merz seja o candidato da União. Quanto ao resto, eu já estava contando com ele para ser o candidato", disse Scholz.
Dentro da CDU, um dos motivos da derrota de 2021 é visto como a longa batalha pela candidatura entre Söder e o então líder democrata-cristão Armin Laschet.
"A diferença em relação a 2021 é a confiança entre os dois. Uma coletiva de imprensa como essa não teria sido possível em 2021", disse Söder.
md/ra (EFE, AFP)