Os verdadeiros liberais, e não os de ocasião, precisam abandonar imediatamente a crispação extremista e buscar o centro democrático, seja um pouco mais à esquerda ou à direita – pessoalmente, me identifico com a centro-direita, algo como a social democracia moderna, que não exclui causas sociais e ambientais nem tampouco abandona os fundamentos do liberalismo econômico.

É imperioso relegar o bolsonarismo extremo ao estrato social que o mantém, resgatando do transe cognitivo aqueles que não querem o lulopetismo – como eu! – mas igualmente não acreditam que autocracia ou, no limite, ditadura são o bom caminho para o Brasil. Uma vez livres do caldo que os engrossa, os extremistas restarão reduzidos aos fascistoides da terceira idade branca, vestindo camisa da CBF.

Há nomes muito interessantes no tabuleiro político nacional que poderiam perfeitamente, e já!, liderar os milhões de eleitores órfãos e a parcela responsável da sociedade civil organizada, carente e ávida por uma porta de saída. Aliás, passou da hora, pois esperar, em política, nunca foi saber quando o vácuo se apresenta – ou o cavalo passa arreado.

Simone Tebet, se não compor o governo eleito, é um destes nomes, como são Eduardo Leite, governador reeleito do Rio Grande do Sul e Romeu Zema, governador também reeleito de Minas Gerais. Particularmente, dentre os três, ficaria imensamente feliz em apoiar nosso “Chico Bento”, caso fuja de Bolsonaro e da extrema direita como o diabo foge da cruz, ainda que eu admire muito o gaúcho tucano.

Não vejo com bons olhos, mesmo torcendo pelo sucesso desta – pois importante para o momento político do país e fundamental para os milhões de necessitados -, qualquer administração petista, principalmente se liderada por Lula da Silva, em quem jamais votei e votarei, nesta ou em qualquer vida, ou acreditei nas auto proclamadas boas intenções.

Igualmente, a manutenção deste estado horroroso de coisas, imposto ao Brasil por Jair Bolsonaro, ou a menor possibilidade de seu retorno daqui a quatro anos, me parece ainda mais danoso e, por que não?, catastrófico, haja vista o caos social, político e econômico em que nos encontramos atualmente, exclusivamente por culpa deste senhor.

Eu nunca fui petista ou de esquerda. Não sou bolsonarista (ainda que tenha votado neste ser humano horrendo, por pura ojeriza ao PT, no segundo turno de 2018) nem muito menos comungo com quaisquer pautas ideológicas de quem abraça quartéis, ajoelha-se em prantos por um “mito” fake ou reza para os ETs.

Eu sou um democrata!

Eu sou pelo livre mercado e pelo Estado suficiente e produtivo. Eu sou contra os feudos organizados em torno e em busca de privilégios. Eu sou contra qualquer forma de segregação e preconceito. Eu sou a favor do Estado laico e longe da influência das religiões. Em suma, eu quero e preciso urgentemente de um líder genuinamente democrata para apoiar. E se este líder não surgir “ontem”, tanto pior; o Brasil não pode esperar mais.