Mesclando questões do Estado com a economia e a política nacionais, o governador de São Paulo afirmou num discurso a empresários e investidores em Londres que a atividade brasileira está se recuperando, que o real vai se valorizar ante outras divisas e que São Paulo está aberto a receber investimentos do setor privado, ao contrário da existência de defensores de criação de barreiras protecionistas. “As oportunidades estão de volta a nosso país, o momento é agora”, afirmou em um evento realizado em um grande escritório de advocacia na City Londrina.

No discurso, ele previu que o real vai se fortalecer em relação ao dólar, ao euro e à libra e afirmou que, apesar das mudanças que ocorrem em um mundo globalizado serem profundas, o seu governo não aceitará que a economia do Brasil fique isolada da produção global. “Ao contrário daqueles que insistem em criar barreiras protecionistas, São Paulo vai crescer se tornando mais aberto e integrado ao mundo”, argumentou, justificando que, por isso, o Estado está criando oportunidades para aqueles que desejam investir em São Paulo e participar do “novo momento” da economia brasileira.

Doria iniciou seu discurso lembrando que o País passou por uma grande greve liderada por motoristas de caminhão, que paralisou o País por 10 dias, por um choque cambial que impactou a moeda em 30% e também por um choque de confiança por causa de discursos radicais durante a eleição presidencial. “Esses choques levaram o Brasil a sair de sua trajetória de crescimento, mas agora teremos um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1%. Reconheço que isso é pouco diante do potencial do Brasil, mas é precisamente por isso que as oportunidades estão de volta ao nosso país, e o momento é agora”, afirmou.

De acordo com o governador, o Brasil tem uma “necessidade urgente” de modernizar sua infraestrutura para que o País possa competir apropriadamente nos mercados globais. Sobre o Estado, comentou que o novo ciclo de construção será agora executado por Parcerias Público-Privadas (PPPs) e investimentos privados com um arcabouço transparente para trabalhar com o Estado.

“Sou contra o que foi feito no passado, quando companhias escolhidas – nacionais ou estrangeiras – receberam benefícios de políticos, de partidos, em detrimento dos serviços a serem oferecidos à população”, defendeu. “Sou contrário a privilégios concedidos a companhias, nacionais ou estrangeiras, públicas ou privadas. Sou favorável a atrair empresas e apoiar investimentos que criem empregos”, insistiu, acrescentando que é preciso modernizar a indústria levando para o Brasil novas técnicas e novos equipamentos de engenharia para grandes projetos de infraestrutura.

Durante a apresentação, que foi fechada para a imprensa, ele detalhou outros encontros que teve na Inglaterra com investidores e empresários – em Londres e Cambridge. A comitiva do Estado de SP chegou no domingo e se despede da capital britânica amanhã. Por meio da gravação de cerca de 10 minutos de apresentação repassada por sua assessoria, Doria também comentou sobre a viagem que fará no próximo mês a Xangai para inaugurar o primeiro escritório de negócios Invest São Paulo, na China. “Ele servirá para incrementar nossa participação no mercado chinês.” Em fevereiro, outra unidade será aberta em Dubai. “Uma boa lição do setor privado é que, quem chega primeiro, recebe os melhores recursos”, enfatizou.

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