A magnífica, gigantesca, insuperável Cora Rónai, do alto de sua capacidade ímpar e elegante de analisar e escrever, publicou hoje (25/02), no O Globo, uma coluna intitulada “Karol Conká e o paradoxo da intolerância”.

Já no “bigode” da manchete, uma amostra do belo artigo: “A cultura do cancelamento é uma guilhotina desembestada: um dia, todos seremos cancelados. Ninguém perde por esperar”.

Mas um trecho em especial, que li na página do FB, do não menos genial Eduardo Affonso, diz o seguinte sobre a moça, eliminada do BBB por 99 a cada 100 votos dos espectadores:

“Ele é cruel, falso e fofoqueiro — mas inteligente, interessante e tem uma capacidade de liderança inquestionável. É carismático e vistoso. Sabe plantar dúvidas nos corações, semear a discórdia e ferir os outros. O mais fascinante é que faz tudo isso sem perceber, convencido de que é boa gente e que não fez nada de mais. Fica genuinamente surpreso quando alguém se queixa das patadas, e se exime de responsabilidade moral com o argumento de dez entre dez pessoas grosseiras: “Eu sou assim mesmo!”.”

Os leitores mais atentos devem ter percebido que alterei o gênero dos substantivos, adjetivos e pronomes. E o fiz pelo seguinte: ao ler o que Cora escreveu, não enxerguei ninguém senão o indefectível devoto da cloroquina, o amigão do Queiroz, o pai do senador das rachadinhas, o maníaco do tratamento precoce, Jair Bolsonaro, naquelas muito bem traçadas linhas.

É impressionante a semelhança da definição da personalidade e do caráter de ambos (Conká e o Coiso). A grande Cora atirou no que viu, e acertou no que não viu. Ela é mesmo única!!

Me perdoe, Cora, por misturar você e Bolsonaro, mas diante do fato, eu não resisti. Prometo jamais repetir tamanha afronta e heresia. Beijos de um fã.

P.S.: “Ela é cruel, falsa e fofoqueira — mas inteligente, interessante e tem uma capacidade de liderança inquestionável. É carismática e vistosa. Sabe plantar dúvidas nos corações, semear a discórdia e ferir os outros. O mais fascinante é que faz tudo isso sem perceber, convencida de que é boa gente e que não fez nada de mais. Fica genuinamente surpresa quando alguém se queixa das patadas, e se exime de responsabilidade moral com o argumento de dez entre dez pessoas grosseiras: “Eu sou assim mesmo!”.” Esse é o trecho original, sobre Conká, que Cora escreveu em sua coluna.