Opinião: a saída de Catia Fonseca da Band vai deixando a TV mais carente de talentos

A apresentadora Catia Fonseca, de 56 anos, virou assunto na grande mídia após anunciar, em suas redes sociais, na tarde de quarta-feira, 11, sua saída da Band. Após quase sete anos à frente do ‘Melhor da Tarde’, ela optou por encerrar seu vínculo com a emissora do Morumbi.

Catia é uma das apresentadoras mais queridas da televisão brasileira, conhecida por seu carisma, espontaneidade e proximidade com o público. Com uma carreira consolidada ao longo de mais de duas décadas, ela se destacou em programas de variedades e culinária, conquistando espaço com uma comunicação leve e bem-humorada.

A falta de apresentadores conhecidos na televisão: um sinal dos novos tempos

A saída de Catia Fonseca da Band vai deixando a TV mais carente de talentos. Nos dias atuais, é cada vez mais raro ter comunicadores que prendam e cativem o telespectador a passar mais tempo assistindo à televisão aberta. Isso pode ser um reflexo das redes sociais e das novas tecnologias, mas o próprio público lamenta ficar órfão de grandes nomes que fizeram história.

Nos últimos anos, a televisão aberta tem enfrentado uma transformação profunda, e um dos sinais mais evidentes dessa mudança é a escassez de apresentadores amplamente conhecidos e carismáticos, como os que marcaram gerações no passado. Figuras como Silvio Santos, Hebe Camargo, Fausto Silva e Gugu Liberato deixaram não apenas uma lacuna de talento, mas também um vazio simbólico na cultura popular brasileira.

A ausência de novos nomes com o mesmo apelo revela uma mudança nos hábitos de consumo de mídia. Hoje, o público é fragmentado entre diversas plataformas — YouTube, redes sociais, streaming — e a televisão já não detém o monopólio da atenção. Isso dificulta o surgimento de figuras centrais que se tornem unanimidade nacional.

Além disso, a própria dinâmica da televisão mudou. Os programas são mais curtos, muitas vezes mais voltados para formatos importados, e menos centrados na figura do apresentador. A espontaneidade e a identidade forte de um comunicador deram lugar a produções mais padronizadas, onde o brilho individual muitas vezes se perde em meio ao formato.

Outro fator relevante é o medo das emissoras em apostar em novos talentos. Há uma tendência a manter fórmulas antigas ou recorrer a celebridades de outras áreas, como ex-BBBs ou influenciadores digitais, sem o mesmo preparo ou apelo de um apresentador nato. Com isso, o público sente a falta de uma figura confiável, constante, com quem possa se identificar ao longo dos anos.

A televisão, se quiser manter relevância, precisará não apenas se reinventar tecnicamente, mas também recuperar a importância de rostos familiares que criem conexão com o espectador. A falta de apresentadores conhecidos não é apenas um reflexo da transição midiática, mas também um alerta: a era dos grandes comunicadores pode estar chegando ao fim — ou apenas esperando novos nomes que saibam, de fato, ocupar esse espaço com autenticidade e carisma.

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Motivo de sua saída da Band

Segundo informações da colunista Fábia Oliveira, do Metrópoles, Cátia Fonseca deixou a Band devido aos desgastes que já vinha acumulando com a emissora.

Nos últimos meses, a relação entre a comunicadora e a Band vinha se deteriorando. Em fevereiro, a emissora decidiu demitir Rodrigo Riccó, que, além de diretor do programa ‘Melhor da Tarde’, também é marido de Fonseca.

Band se pronunciou e lamentou a saída repentina de Catia

Por meio de um comunicado oficial à imprensa, a Band confirmou, na noite desta quarta-feira, 11, a saída de Catia Fonseca do comando do programa ‘Melhor da Tarde’.

“A Band lamenta a forma como a apresentadora Catia Fonseca rompeu seu contrato com a emissora na tarde desta quarta-feira. Como tem feito nos últimos anos, a emissora seguirá investindo no Melhor da Tarde, com novos quadros e atrações, que serão anunciados em breve”, informou a nota oficial.

A trajetória profissional de Catia Fonseca

A apresentadora e jornalista começou sua carreira na década de 1980 como secretária na rádio Antena 1. Cursou Rádio e TV e estreou na extinta Rede Mulher com o programa de culinária Com Sabor, em 1994. No ano seguinte, passou a apresentar o matinal Universo Feminino.

Em 1998, aceitou o convite da Manchete para assumir o Mulher de Hoje. No mesmo ano, trabalhou na Gazeta com o Pra Você. Em 1999, assinou com a Record, ocupando a vaga de Ana Maria Braga no Note e Anote. Ao perder o comando do programa, acusou a apresentadora Claudete Troiano de armar para tomar seu lugar. Troiano negou a acusação.

Em 2002, Catia retornou à Gazeta para assumir o Mulheres, reestruturando o programa. Em 2015, deu início ao seu canal no YouTube. Em 2017, deixou a Gazeta, assinando com a Band no ano seguinte para comandar o Melhor da Tarde. Em 2020, passou a atuar também na Rádio Bandeirantes com o programa Do Bom e do Melhor, nas manhãs de sábado.

Foi casada com o jornalista Dafnis da Fonseca, de 1986 a 2013. Eles são pais de Thiago, nascido em 1997, e Felipe, nascido em 1992. Desde 2013, tem um relacionamento com o diretor de TV Rodrigo Riccó, com quem é casada.