São Paulo, 19 – O diretor Global de Operações da BRF, Lorival Luz, esclareceu nesta quarta-feira, 19, que, dentre as operações anunciadas nesta data com instituições financeiras, R$ 500 milhões referem-se a novas financiamentos e outros R$ 550 milhões, a rolagem de dívidas que venceriam em 2019. O executivo falou a jornalistas em teleconferência.

Os R$ 500 milhões em dinheiro novo foram contratados com o Banco BTG Pactual, dos quais R$ 375 milhões em Nota de Crédito à Exportação (NCE) com prazo de 2 anos e R$ 125 milhões em Cédula de Crédito Bancário – Rural (CCB) com prazo de 396 dias corridos.

Já a rolagem foi realizada com o Itaú Unibanco. Desse total, aproximadamente R$ 399 milhões são em CCB com vencimento em junho de 2020 e R$ 150 milhões em NCE com vencimento no mesmo período.

Luz destacou que o objetivo principal de todas as transações que vêm sendo realizadas pela BRF é a redução da alavancagem. Produto da relação entre dívida líquida e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado, a alavancagem da companhia deve fechar 2018 com 4,35 vezes e cair para 3 vezes em 2019, estimou o executivo. “Além da venda de ativos, focos estão em gestão de capital de giro e de estoques”, acrescentou. Além disso, o diretor ressaltou que a posição de caixa da empresa está em R$ 6,5 bilhões.

Ainda nesta quarta-feira, a BRF concluiu a estruturação do Fundo de Investimentos de em Direitos Creditórios (FIDC BRF), com a distribuição inicial das cotas em três classes, atingiram um volume agregado de R$ 875 milhões, conforme anúncio feito ao mercado.

O montante supera a estimativa inicial de R$ 750 milhões. A taxa negociada das cotas seniores, que representam 90% da emissão, foi CDI + 0,90% ao ano. A demanda, acrescenta a BRF, foi de aproximadamente R$ 2 bilhões.

Ativos

Os compradores interessados na aquisição de ativos da BRF que estão à venda, na Argentina, Europa e Tailândia, tiveram mais uma semana para concluir suas propostas, informou Luz.

Inicialmente, o prazo para esta etapa do processo se encerraria no último dia 15. “Houve uma adequação no cronograma. Entre postergar em uma semana e ter um valor melhor, com condições melhores para venda, entendemos que é melhor fazer essa adequação”, afirmou.

Após esta alteração, a expectativa é que as negociações finais com os players ocorram em meados de janeiro, considerando que há paralisação nas discussões durante o período de Festas de fim de ano. “Nem que quiséssemos fechar tudo agora, não conseguiríamos”, acrescentou Luz, que está na Argentina em tratativas para a comercialização de ativos no país.

Mais cedo, a companhia anunciou a venda da Avex – que atua na produção de alimentos à base de frango e margarinas na Argentina – para a Granja Tres Arroyos e Fribel, que se comprometeram, conjuntamente, a adquirir 100% do capital social da Avex por US$ 50 milhões.

A Avex opera três plantas localizadas em Llavalol, Villa Mercedes e Rio Cuarto, todas na Argentina, com capacidade de abate de 160 mil aves por dia e processamento de mais de 10 mil toneladas por mês de produtos, tais como margarinas, molhos, azeite e ingredientes para panificação.

Segundo Luz, restam apenas as operações de suínos da Campo Austral para serem comercializadas na Argentina, visto que a Quickfoods foi vendida para a Marfrig, no início deste mês, por US$ 60 milhões. O acordo com a Marfrig incluiu a venda de terreno e equipamentos de fábrica da BRF em Várzea Grande (MT) por R$ 100 milhões.