RIO DE JANEIRO (Reuters) -Uma operação policial contra o tráfico de drogas deixou ao menos 22 pessoas mortas na favela Vila Cruzeiro, na zona norte do Rio de Janeiro, informou nesta terça-feira o Ministério Público do Estado.

O MP abriu um procedimento investigatório para apurar as circunstâncias das mortes ocorridas durante a operação, que foi conduzida pela Polícia Militar e a Polícia Rodoviária Federal tendo como alvo líderes da maior facção criminosa do Rio de Janeiro que estariam escondidos na Vila Cruzeiro.

Segundo nota da PM fluminense, houve um confronto entre traficantes e policiais, incluindo, em uma área de mata da comunidade. Informações do serviço de inteligência da PM apontaram que lideranças da facção vindas de outros Estados, como Pará, Bahia e Alagoas, estavam na favela.

Os tiros na comunidade começaram ainda de madrugada, e moradores relataram nas redes sociais o clima de medo e pânico na Vila Cruzeiro. Cerca de 20 unidades de ensino não funcionaram nesta terça por causa do tiroteio.

O MP informou em nota que determinou que a PM envie, em um prazo máximo de dez dias, o procedimento de averiguação sumária dos fatos ocorridos durante a operação, “ouvindo todos os policiais militares envolvidos e indicando os agentes responsáveis pelas mortes, além de esclarecer sobre a licitude de cada uma das ações letais“.

O órgão recomendou, ainda, que todas as armas dos policiais militares envolvidos na ação sejam apreendidas e enviadas para exame pericial para sejam comparados com os projéteis que venham a ser retirados das vítimas da operação desta terça-feira.

No ano passado, 28 pessoas morreram, entre elas um policial civil, durante operação policial na favela do Jacarezinho, também na zona norte da capital fluminense. Segundo a polícia, a maioria dos mortos tinha ligação com o tráfico de drogas. Foi a ação mais letal da história da polícia no Estado.

(Reportagem de Rodrigo Viga GaierEdição de Eduardo Simões e Pedro Fonseca)

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